Estante da Sala

A Jovem Rainha Victoria (The Young Victoria/2009)

Assistido em 06/07/2013

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A rainha Victoria (Emily Blunt), que reinou no Reino Unido no século XIX, mostrou-se ser uma personagem interessante para uma cinebiografia. Ainda mais uma tão belamente executada como esta.

Quando Victória nasceu, era a quinta na linha de sucessão ao Trono: seu pai era o quarto filho do rei e ela a única neta. Se qualquer um dos irmão mais velhos de seu pai tivesse um filho homem, ela já não seria rainha. Mas, obviamente, tal fato não veio a acontecer. Seu tio mais velho subiu ao trono e anos depois morreu sem herdeiros. O segundo tio já havia falecido quando ela era pouco mais que um bebê (assim como seu pai). Subiu ao trono seu terceiro tio, William IV, que teve apenas um filha, falecida ainda bebê. Dessa forma, ainda na infância Victoria se tornou a única herdeira direta ao trono. Caso morresse também, a coroa teria que passar para algum primo distante e haveria uma crise na sucessão. Por esse motivo, sua mãe, a princesa alemã Victoria de Saxe-Coburg-Saafeld instituiu o chamado sistema Kensington: Victoria só poderia descer escadas de mãos dadas com um adulto, suas comidas seriam sempre provadas, dormiria no quarto dela (da mãe) e seria tutelada em casa. Suas companhias seriam bonecas e seu cachorro Dash. Victoria descreve sua infância como sendo melancólica.

Conforme chegava perto da maioridade, sua aversão ao sistema Kensington crescia. A mãe, influenciada pelo administrador da casa, John Conroy, queria que ela assinasse um acordo deixando o trono para um regente até ter idade ou maturidade para assumir. Comentava-se que, claro, o regente seria ela própria, e Conroy através dela. Victoria recusava-se a assinar. O tio, William, já adoentado, precisava sobreviver até seu aniversário de 18 anos e o fez: Victoria tinha 18 anos e 7 meses quando foi alçada a Rainha. Seus primeiros anos de governo foram turbulentos, já que se desentendeu politicamente com o primeiro-ministro que subiu ao poder, apegando-se demais aos conselhos do anterior, Lord Melbourn (Paul Bettany). Os ideia republicanos se fortaleciam. Falava-se que era nova demais para governar e ainda havia o problema da sucessão: deveria casar-se o mais rápido possível para gerar herdeiros. O candidato apresentado por sua mãe e Conroy era seu primo Albert de Saxe-Coburg and Gotha (Rupert Friend). Outros candidatos da realeza europeia apareceram, mas, após cerca de dois anos de corte, Victoria optou por Albert, ambos com 20 anos. Em seus diários, tecia elogios a sua beleza  e doçura e falava dos anos felizes que teriam pela frente. Aparentemente ela teve a sorte que poucas moças da nobreza tiveram naquela época: casar apaixonada.

O filme retrata todo esse período, com atuação ótima de Emily Blunt e figurinos incríveis. O romance é apresentado de forma leve e bonita. Ao final somos informados que o casamento durou vinte e um anos, quando Albert morreu de febre tifoide. Victoria vestiu luto até o fim da sua vida e passou a viver em quase reclusão, aparecendo apenas quando necessário em eventos oficiais. Seu reinado durou sessenta e três anos: o mais longo do Reino Unido (mas falta pouco para Elizabeth II ultrapassá-la). Tudo muito bonito. Só esqueceram de falar do colonialismo britânico.

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