Estante da Sala

Camille Claudel, 1915 (2013)

Assistido em 12/05/2013

Esse é aquele tipo de filme que traz má fama ao cinema francês :P. Foi exibido no Festival Varilux de Cinema Francês e resolvi assisti-lo por que tratava dessa figura interessantíssima que é a Camille Claudel, talentosa escultora que foi aluna e amante de Rodin. O filme se passa em 1915, quando Camille (Juliette Binoche), já com cinquenta anos, está há dois confinada em um manicômio, tomada por esquizofrenia e depressão. Ela pensa que querem roubar seus trabalhos para que Rodin possa apresentá-los como seus e acha que todos estão tentando envenená-la. Entre os gritos de outras loucas, ela mesma enlouquece naquele confinamento. O ambiente é cinza: todos se vestem em tons de preto, cinza e marrom e mesmo as pedras e vegetação não fogem dessa cor. Juliette Binoche interpreta muito bem o desespero e a aflição. O problema é que fora isso isso, pouco ou quase nada acontece no filme. Chama atenção que em determinado momento, seu irmão, Paul Claudel, fala sobre ela com um padre e diz que a sua loucura se manifesta no sonhos de grandeza e no sentimento de importância. Em seguida ele, recém convertido ao catolicismo, fala sobre seu desejo de ser a voz de Deus através de seus escritos, sendo ele próprio megalomaníaco. E essa pessoa é que julga que ela é incapaz de deixar o manicômio. Como alguém com sonhos de grandeza pode julgar os mesmos de outra pessoa como loucura? Infelizmente, mesmo em um filme biográfico, uma mulher tão forte como Camille acaba sendo definida pelos homens que a rodeiam, seja seu ex-amante ou seu irmão.

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