Estante da Sala

Diário de uma filmografia: Julia Roberts

Dia dos Namorados chegando e com ele uma jovem tradição do Feito por Elas: um episódio sobre comédias românticas. Majoritariamente brancas e heteronormativas, o gênero tem uma infinidade de filmes repetitivos e pouco inspirados. Ainda assim tem exemplares deliciosos, que vão das comédias malucas da Hollywood clássica ao texto afiado de Nora Ephron. Em 2017 começamos com a própria Nora Ephron e a ela se seguiu a Nancy Meyers no ano seguinte, ambas roteiristas e diretoras estabelecidas no gênero. Em 2019 resolvemos falar sobre uma atriz: Sandra Bullock, uma das queridinhas dos romances da década de 1990. E veio a

Ave, César!

É fácil comparar Ave, César!, novo filme dos direitores e roteiristas Joel e Ethan Coen, com Barton Fink– Delírios de Hollywood (1991), seu quarto filme, já que ambos se passam na Capital Records, um estúdio fictício da era de ouro de Hollywood. O segundo abarca os anos de produções de segunda linha, na década de 1940, enquanto agora, na década de 1950, o estúdio cresceu e é apresentado como criador de estrelas e de sucessos de gênero, como uma MGM de um universo alternativo. Mas os vinte e cinco anos entre ambos os filmes parecem marcar também uma mudança no posicionamento dos

A Very Murray Christmas (2015)

https://www.youtube.com/watch?v=mJde8HWcnSU A Netflix continua minerando os dados de seus usuários e, de alguma forma, chegou conclusão que as pessoas que se interessam por filmes da Sofia Coppola e Bill Murray (posssivelmente Encontros e Desencontros?) também gostam de especiais de Natal. É isso mesmo? Bom, de qualquer forma o serviço de streaming produziu A Very Murray Christmas, um musical de temática natalina dirigido por Coppola e estrelado por Murray. O ator interpreta uma versão dele mesmo, rabugento e antissocial, que faria um show especial, mas vê sua platéia vazia graças a uma enorme tempestade de neve em Nova York. Isolado no hotel em

Gravidade (Gravity/ 2013)

Assistido em 11/10/2013 Aviso: pode conter revelações da trama. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=nLtjGN2KMyA] Acredito que a essa altura praticamente todos que queriam se manifestar sobre Gravidade já o fizeram. Em geral a crítica tece elogios rasgados ao filme. Com uma ansiedade que eu não tive desde Anna Karenina, fui assisti-lo na primeira noite de exibição e não me decepcionei. Saí de lá falando pra todos “eu já sabia!”. Porque eu já sabia! Acho que foi mais ou menos por 1997 que eu eu vi A Princesinha pela primeira vez e gravei aquele nome em letras douradas que aparecia nos créditos de abertura e

Os Descendentes (The Descendants/2011)

Assistido em 28/07/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=3li2vOCgzd8] Estou com dificuldades de encontrar as palavras certas para falar sobre esse filme, pois um dia após tê-lo assistido ele já me parece volátil. À princípio ele se apresenta como um drama: Matt King (George Clooney) tem que a aprender a conviver com as filhas de 10 e 17 anos, com quem mantém um relacionamento distante, após sua esposa sofrer um acidente e ir para o hospital em coma. Alex, a mais velha, tem problemas com drogas e garotos mais velhos, brigou com a mãe e está na reabilitação.  Scottie, a mais nova, começa a falar