Fui incumbida da ingrata tarefa de escrever sobre um jogo. Vamos aos fatos: eu não sou gamer, não manjo de game design e nem daquelas coisas mais sutis que os gamers geralmente reparam (seja lá quais forem elas). Eu joguei Telejogo, Atari e Nintendinho quando era criança, não com muito afinco nem muito freqüentemente, e larguei tudo isso com a chegada do Super Nintendo. Mas vou escrever sobre o jogo que mais me fisgou e por mais tempo da minha vida: Animal Crossing Wild World.
Era 2006 quando, após mais de uma década sem nem saber o que as pessoas estavam jogando, ganhei um portátil de aniversário: Nintendo DS. E com ele vieram coisas inúteis, como Nintendogs e coisas fantásticas como o já citado Animal Crossing. Mas do que se trata o jogo? É difícil explicar para quem nunca jogou. Digamos que seja uma mistura entre The Sims e Harvest Moon com a pitada de vício e fofura que só a Nintendo faz por você. Em tempos de Farmville o coitado pode até ser confundido com um desses joguinhos de redes sociais, mas não se engane: ele tem muito mais a oferecer.
O jogo possui um universo de atividades quase infinito. No começo você se muda para uma cidade onde moram apenas animais e você é o único humano. Você ganha uma casa pequena e começa com a roupinha padrão. Para conhecer os vizinhos e ganhar os primeiros trocados, é obrigado a cumprir uma série de tarefas impostas por Tom Nook, o guaxinim explorador proprietário da lojinha. Daí pra frente, pode comprar roupas na loja das irmãs Able, comprar mobílias e ferramentas na loja do Nook e começar a mexer na cidade. Dá para plantar árvores, flores, pescar, caçar insetos, coletar fósseis, visitar e doar ao museu entre outras coisas.
Quanto mais atividades se faz, mais se quer fazer, pois os avanços são bonificados. Quanto mais se compra na lojinha do Tom Nook, mais ela aumenta de tamanho, oferencendo mais produtos por dia. Mais dinheiro no banco também gera presentes exclusivos. E, claro, quanto mais se amplia casa, mais espaço para móveis legais. E há inclusive datas comemorativas onde se ganha mobiliários que só aparecem naquela data. Os peixes e insetos são sazonais, fazendo com que leve pelo menos um ano para coletar todos. Alguns aparecem apenas de madrugada. E o mesmo acontece com móveis e roupas. Tudo isso para gerar um vício para completar o inventário do jogo.
Um fator importante que ajuda nesse sentido é a jogatina online. Existem várias comunidades de troca de Friend Codes (os famigerados códigos necessários para jogar com outra pessoa) e elas são muito úteis. Com o Friend Code de outro jogador, ele pode abrir os portões da cidade e permitir que você vá até lá, compre na loja (que terá objetos diferentes) e, o melhor, possibilita a compra, venda e troca de itens. Existe também uma certa regra de conduta para se comportar na cidade do outro, como não arrancar flores e avisar se achou algum item no chão. Na verdade se trata de um jogo bastante social. É bem difícil conseguir avançar e conseguir muitos itens legais sem essa troca entre amigos de jogatina. Não tem como descrever como esse jogo prende a atenção e toma tempo sem passar pela experiência de joga-lo.
Com o advento do Wii, foi lançado Animal Crossing City Folk em 2008, versão do jogo que permite o uso do Wii Speak (microfone do videogame) para comunicação com os demais jogadores. Para quem, como eu, não possui um, há a opção de uso de teclado convencional. O jogo pouco alterou a dinâmica do anterior, apenas acrescentou mais itens e uma cidade anexa àquela onde seu personagem mora, com lojas e um local de leilão, onde pode-se colocar objetos para que seus amigos deem seu lance. Apesar de tão aguardado, por algum motivo o jogo não é tão divertido como a versão do DS. Mas já é bem melhor que o original do Game Cube. (Sim, também testei. Mas é chatinha).
No ano passado, na E3, foi anunciado o futuro Animal Crossing 3D. Quem sabe na E3 desse ano confirmem uma data de lançamento. Aí posso ter uma desculpa pra comprar um . 😛
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