Estante da Sala

[43ª Mostra de São Paulo] Papicha (2018)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade. Em 1992 começou a guerra civil na Argélia, que se intensificou no final da década e durou até 2002. O Grupo Islâmico Armado (GIA) foi o responsável por uma série de ações e atentados terroristas que visavam a derrubada do governo e a instauração de um que fosse teocrático. Papicha, que concorreu na Mostra Um Certo Olhar, em Cannes e é escrito e dirigido por Mounia Meddour, se passa em Argel justamente no ano de

[43ª Mostra de São Paulo] Head Burst (Kopfplatzen, 2018)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade. Head Burst não é um filme simples, nem fácil. A sinopse pode repelir quem porventura pretende assisti-lo: trata-se da história de um jovem arquiteto chamado Markus que é pedófilo. Em conflito com seus desejos, ele sente atração sexual por meninos, mas tenta se afastar dos constantes pensamentos que o envolvem. Apesar do tema complicado, o diretor e roteirista Savas Ceviz parece dar conta de lidar com a narrativa que se propõe criar. Pouco sabemos sobre a

[43ª Mostra de São Paulo] Hálito Azul (2018)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade. Com uma abordagem intimista e poética, flertando com o experimental, Hálito Azul é um documentário que explora a rotina minimalista dos pescadores de uma vila chamada Ribeira Quente, localizada na Ilha de São Miguel, em Portugal. As paisagens cinzentas, de aparência fria e úmida, com as montanhas vulcânicas e um mar escuro dão o tom do lugar. A dureza da natureza inóspita parece dialogar com o modo de vida do lugar. A população vive basicamente

[43ª Mostra de São Paulo] Ninja Xadrez (Ternet Ninja, 2018)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade. A sequência inicial prende a atenção de quem assiste: um enorme outdoor anuncia uma paisagem paradisíaca na Tailândia como destino turístico. Atrás dele se esconde um amontoados de casas em condições precárias e uma fabriqueta onde crianças trabalham sem descanso atrás de suas máquinas de costura. Em uma placa, uma corruptela do slogan da Nike misturado com o símbolo da Coca-Cola, diz “just do it now”. Com isso, temos a impressão de que a animação

[43ª Mostra de São Paulo] Teerã Cidade do Amor (Tehran: City of Love, 2018)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade. Três pessoas em busca de algo que não está lá. Teerã Cidade do Amor apresenta seus protagonistas inseridos em um cenário urbano que marca essa procura, mesmo que nem sempre o encontro seja possível. Teerã emoldura as incoerências de cada um e ilustra, ela mesma, suas próprias idiossincrasias. Hassam canta em enterros em uma mesquita e por isso seu cotidiano é mergulhado em roupas pretas e melancolia. Sua namorada termina o relacionamento porque não quer

[43ª Mostra de São Paulo] Os Dias da Baleia (Los Días de la Ballena, 2019)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade. Primeiro longa da cineasta colombiana Catalina Arroyave Restrepo, Os Dias da Baleia propõe um exercício de coming of age de sua protagonista que circula por lugares que tentam se comunicar, às vezes de forma conflituosa. Cristina, que atende simplesmente por Cris, é uma jovem de classe média que vai passar algum tempo na casa do pai. A mãe, jornalista que desafia carteis em Medellín, precisou sair do país em virtude das ameças de morte. Agora

[43ª Mostra de São Paulo] Cães do Espaço (Space Dogs, 2018)

Esta crítica faz parte da cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro na cidade.  Com uma narração em off que soa impessoal e distante e imagens criadas para diretamente para o documentário, somos apresentados à história de Laika, a cachorra vira-lata que foi o primeiro ser vivo a ser enviado ao espaço. O programa espacial russo e o estadunidense lutavam para surpassar um ao outro, estabelecendo marcos na corrida espacial resultante de Guerra Fria. Foi no espaço que cachorrinha faleceu e sua capsula queimou quando entrou novamente na atmosfera.