Estante da Sala

Filmes Assistidos em Outubro

Uma saudade: a época em que conseguia ver pelo menos um filme por dia, também conhecida como “quando eu não estava no mestrado”. Novamente, esse mês, assisti alguns filmes de diretores específicos, alguns para fins acadêmicos e não muita coisa mais fora isso. As avaliaçãos são de 0 a 5 estrelas e refletem minha percepção de agora sobre o filme. O processo de “digestão” pode sempre alterar a nota.   Antropologia Visual (em continuação ao mês de julho): Reassemblage (1983) ★★★★ Nanook do Norte (Nanook of the North, 1922) ★★★★   Milos Forman: Amadeus (1984) ★★★★★ O Mundo de Andy (Man on the Moon) ★★★½

Garota Exemplar (Gone Girl, 2014)

David Fincher conseguiu novamente: com Garota Exemplar o diretor criou um filme fantástico. Passada uma semana de quando o assisti, ainda não consigo parar de pensar nele e em tudo que ele deixa marcado. Roteirizado por Gillian Flynn, também autora do livro em que é baseado, seu começo causa certo estranhamento: Nick (Ben Affleck) e Amy (Rosamund Pike) se conhecem em uma festa, entabulando um diálogo espirituoso digno de uma comédia romântica das mais clichês. Mas é claro que algo mais se esconde sob essa aparência: em breve descobrimos que a trama é relatada através do ponto de vista e do

Filmes Assistidos em Setembro

A contagem de filmes continua baixa nesse mês. Pela falta de tempo segui vende e revendo alguns filmes de filmografias que quero completar e de resto, assisti um monte de coisas na Netflix (uma boa parte não muito digna de menção. O cansaço está grande e o tempo está curto. O sistema de notas segue o mesmo: de zero a cinco estrelas, sendo que esta é minha avaliação no momento, já que não penso na avalização de forma sedimentada. Os filmes estão separados pela “temática” que me levou a assisti-los e os que foram se motivo específico, no final da

Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000)

Lars von Trier é sempre uma figura difícil, com obras interessantes e espinhosas de analisar. Dançando no Escuro é um filme que em certos aspectos se diferencia do restante da filmografia do diretor. Protagonizado pela cantora islandesa Björk, trata-se de um musical. Em 1995 von Trier lançava o manifesto Dogma 95, que escreveu com outros jovens diretores dinamarqueses e que pedia filmes mais naturais, com uso de luz ambiente, som diegéticos, filmados em locação e sem efeitos visuais ou filtros. Essa crueza pretendida não poderia ser mais oposta ao gênero musical, que talvez seja o mais artificial de todos os gêneros

Livro: If It’s Purple, Someone’s Gonna Die

Essa semana eu li um livro muito interessante: If it’s purple someone’s gonna die, de Patti Bellantoni, que aborda teoria das cores aplicada ao cinema. Dividido em seis capítulos, cada um deles diz respeito a uma cor: vermelho, amarelo, azul, laranja, verde e roxo. Ele mostra através de exemplos simples e claros a maneira como elas são utilizadas em filmes famosos e as consequências que esses usos tem para nossa percepção. Os exemplos são bastante claros e se eu fosse citar um defeito do livro seria a falta de imagens. Cenas são descritas vividamente, mas esse tipo de descrição, não acompanhada pelo

RuPaul’s Drag Race e filmes relacionados

Faz um tempinho que não recomendo nenhum programa de televisão e resolvi falar sobre RuPaul’s Drag Race, um reality show que tem todas as temporadas disponíveis na Netflix. RuPaul é uma drag queen americana, que começou a carreira como cantora. Agora, já estabelecida profissionalmente, busca lançar outros talentos para o mercado. O seu programa de TV, com seis temporadas até agora, estreou em 2009. Como minha pesquisa de mestrado envolve a relação entre moda e gênero, a temática drag queen me chamou a atenção.  A proposta é similar a de outros reality shows: uma série de concorrentes passam por desafios semanais que

Herbert Holetz, Cine Busch e …E o Vento Levou: O Amor Pelo Cinema em Blumenau

Herbert Holetz faleceu no dia 19 de setembro de 2013. Quase um ano se passou. Queria ter escrito algo e me vi adiando o ato. O nome provavelmente não desperta memórias em quem não é de Blumenau, mas quem é da cidade conhece o Seo Holetz, como era conhecido, por sua intensa cinefilia. Sua história de vida se mistura à de existência do lendário Cine Busch e ambos à paixão pelo cinema de centenas de blumenauenses. Seo Holetz, começou a trabalhar como lanterninha, passou a bilheteiro e e por fim gerente do grande cinema da cidade. Foram mais de quatro décadas