Estante da Sala

Filmes assistidos em Março

Não gosto de dar notas aqui no blog, porque eu tendo a mudá-las constantemente conforme a digestão da película. Dessa forma essas notas abaixo são o reflexo da minha avaliação neste momento, não são sedimentadas: servem apenas como base para ter uma noção do quanto gostei do filme (ou não). Nem todos os filmes foram vistos pela primeira vez. A lista está em ordem cronológica da data em que foram assistidos e a avaliação é de zero a cinco. Separarei dessa ordem filmes que assisti por motivos e temáticas específicas. Apreciação de Phillip Seymour Hoffman (em continuação ao mês de fevereiro): Dúvida

Ninfomaníaca: Volume 1 e Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. I and Vol. II/ 2013)

https://www.youtube.com/watch?v=OWxxwJHoSjg Ninfomaníaca é o terceiro filme da trilogia que Lars von Trier criou para lidar com sua depressão (precedido por Anticristo e Melancolia) e foi dividido em dois volumes para lançamento no cinema porque a duração ficou muito longa. É impossível analisá-los de maneira separada (pois fica patente que compõem um filme só), mas ao mesmo tempo há uma quebra de ritmo e de clima em relação ao que é exibido em cada um deles. Sexo e religiosidade são temas recorrentes do autor. Aqui novamente eles aparecem como protagonistas. O professor Peter Schepelern, da Universidade de Copenhagen, em sua aula sobre o cineasta,

Tatuagem (2013)

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=UwSX2SlHpEg] Tatuagem é um filme bonito. Bonito nas diversas facetas que a palavra pode expressar ao ser aplicada a um filme. Bonito e talvez até singelo. É o primeiro trabalho de direção de Hilton Lacerda, que vinha trabalhando como roteirista, papel que também ocupou nessa produção. Ficou apenas uma semana em cartaz, após ser alvo da Campanha por Filmes Alternativos em Manaus. (Se você é da cidade, entre na página para ajudar).  Assisti no último dia, em uma sessão com aproximadamente quinze pessoas. Gostaria que a sala estivesse cheia, talvez, para que mais gente pudesse compartilhar de sua beleza. Passados

Uma Aventura Lego (The Lego Movie/ 2014)

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=5iWzrFGziA4] Serei breve. Deixa eu ver se entendi: o filme critica quem é comum e segue as regras, mas quem é comum e segue as regras salva o dia no final. Critica a perfeição e falsa alegria de uma sociedade controlada, enquanto mostra a alegria perfeitamente perturbadora de uma terra em que a única regra é não ter regras (enquanto uma personagem admite que isso é incoerente). Mostra que música popular robotiza as pessoas mas no final diz que ela é motivadora e boa. Critica o domínio de uma grande corporação e o entretenimento barato que chega à população, mas

Eurocentrismo e questões morais na obra de Susanne Bier

Assistidos para o curso Scandinavian Film and Television, disponível em Coursera.org. Após ver três dos filmes escandinavos de Susanne Bier, não posso deixar de considerá-los uma trilogia e analisá-los como tal. Todos tem história criada por ela e roteirizada por Anders Thomas Jensen. Todos possuem protagonistas que são homens brancos europeus que em algum momento estão deslocados de seu local de origem, lidando com os horrores do desconhecido. Em Brothers (Brødre/2004), é um soldado no Afeganistão; em Depois do Casamento (Efter brylluppet/ 2008) é um professor de crianças órfâs na Índia; e Em um Mundo Melhor (Hævnen/ 2010), um médico na África. O outro

Minha Vida de Cachorro (Mitt liv som hund/ 1985)

Assistido para o curso Scandinavian Film and Television, disponível em Coursera.org. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=VxzO8Qx96O4] Minha Vida de Cachorro retrata a chegada da adolescência de Ingemar, um menino cujo pai sempre está ausente em países distantes e cuja mãe está extremamente doente, na Suécia da década de 1950. Sem ter como tomar conta dele e de seu irmão mais velho, os dois são entregues aos cuidados de parentes. O menino tem uma bonita relação com seu cachorrinho e, por isso, divaga sobre Laika, que havia sido enviada ao espaço, ligando tal fato com sua própria vida e a relação com a mãe. Os primeiros contatos

O Ato de Matar (The Act of Killing/ 2012)

Assistido para o curso Scandinavian Film and Television, disponível em Coursera.org. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=SD5oMxbMcHM] O Ato de Matar é um documentário sobre o golpe militar perpetrado em 1965 na Indonésia. Na ocasião, cerca de um milhão de pessoas foram mortas por milícias e mafiosos sob a acusação de serem comunistas. Mas ao invés de relatar o que aconteceu naquele período em retrospecto, os realizadores solicitaram aos responsáveis pelas mortes que reencenassem suas práticas, utilizando os meios que achassem mais apropriados. Com ajuda de figurantes, maquiagem e alguma dedicação, inspirados por filmes de gangster e musicais, eles rememoraram o passado. A sensação ao assistir é de terrível