Estante da Sala

Figurino: Blade Runner- O Caçador de Androides

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 02/07/2014.   “All those moments will be lost in time… like tears in rain…”   Em 1982 estreou o terceiro longa dirigido por Ridley Scott: a ficção científica futurista Blade Runner, o Caçador de Androides, baseada no livro Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (também lançado no Brasil como O Caçador de Androides), de Philip K. Dick. O filme é visualmente marcante e a estética do futuro que ali se passa é criada sobre referências do passado. Os figurinistas Michael Kaplan e Charles Knode usaram como inspiração o período entre o final

Um Ano de “Vestindo o Filme”

Nem parece, mas passou-se um ano: no dia 8 de julho de 2013 o primeiro texto da coluna Vestindo o Filme foi ao ar no Cinema em Cena. Como muitos cinéfilos Brasil afora, fui leitora do site por anos e integrar a equipe foi uma coisa louca. Para comemorar essa data, resolvi escolher as dez postagens que mais gostei. Não são necessariamente as que mais tiveram compartilhamentos ou comentários. São aquelas cujo processo de escrita ou resultado final eu pessoalmente mais gostei. Embora seja sobre ele que eu escreva, raramente é o figurino como forma que me chama a atenção

Figurino: Barry Lyndon- Opulência e Ridículo

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 21/05/2014. Após 2001- Uma Odisseia no Espaço (de 1968) e Laranja Mecânica (de 1971), o diretor Stanley Kubrick termina, em 1975, Barry Lyndon, uma novela de costumes recheada com fino senso de humor, que retrata a trajetória de Redmond Barry (Ryan O’Neal), um jovem irlandês, entre as décadas de 1750 e 1780. Após um duelo, Barry foge para a Europa continental, vira soldado, deserta, enriquece e por fim, casa-se com a condessa Honoria Lyndon (Marisa Berenson), de forma que sua ascensão social culmina na nobreza. Kubrick, conhecido por seu perfeccionismo, não tomou o

Figurino: Malévola

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 18/06/2014.   Seguindo a tendência dos últimos anos de filmes adaptados de contos de fadas, dia 29 de maio estreou no Brasil Malévola, que traz a história de Bela Adormecida contada através do olhar de sua vilã de mesmo nome. O diretor, Robert Stromberg, é um novato que anteriormente havia trabalhado com efeitos especiais e direção de arte; esta última em Oz: Mágico e Poderoso, com o qual o filme guarda certas semelhanças estilísticas. Sua (in)experiência transparece no resultado final, que possui um visual bastante coeso, mas uma direção claudicante. O

Figurino: X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 04/06/2014.   Quando o primeiro filme da franquia X-Men foi lançado em 2000, tornou-se sucesso imediato e foi um dos principais responsáveis por deixar “heróis de quadrinhos” em voga e, consequentemente, pelas produções de filmes com esta temática subsequentes. A trama focada nos protagonistas mutantes cria empatia facilmente, pois claramente traça paralelos entre estes e outras minorias perseguidas em nossas próprias sociedades, com Xavier e Magneto como lideranças com posturas opostas em relação a como lidar com essa opressão. O diretor Bryan Singer, responsável pelos dois primeiros filmes, precisava tirar das

Figurino: Três Homens em Conflito – construção de arquétipos

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 07/05/2014.   Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly) é o terceiro filme da Trilogia dos Dólares, dirigida por Sergio Leone, que também inclui Por um Punhado de Dólares e Por uns Dólares a Mais, todos protagonizados pelo chamado Homem Sem Nome. Como muitos filmes do gênero western, este explora largamente o uso de arquétipos muito bem definidos e o figurino de Carlo Simi busca destacá-los. No inóspito oeste americano, a paisagem árida e pouco receptiva serve de alegoria para o que se passa na mente dos protagonistas. O

Figurino: Noé

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 23/04/2014.   Mantendo fidelidade à temática de sua obra, Darren Aronofsky (Cisne Negro) mais uma vez dirigiu um filme sobre obsessão: Noé. Polêmico, talvez o maior problema do filme tenha sido a falta de compreensão da sua natureza: muitos esperavam uma adaptação literal da história bíblica, quando na verdade trata-se de uma baseada em uma graphic novel desenvolvida pelo próprio Aronofsky, reimaginando o mito. Se levarmos em conta a interpretação literal da Bíblia, teríamos que considerar que a criação ocorreu entre 6 mil e 10 mil anos atrás. Levando-se em conta a idade