Assistido em 22/07/2013
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Resolvi assistir a esse filme sul coreano, dirigido por Chan-wook Park, que já estava na minha listinha há tempos. Um pouco da motivação deve-se às notícias sobre o seu remake americano. Não deveria ter esperado dez ano por isso: meu desejo nesse momento é falar a todos para assisti-lo. O mais estranho de saber a respeito do remake é que esse é o tipo de filme que só é possível fora de Hollywood.
A narrativa é visceral e a violência é extrema, mas acontece majoritariamente fora das câmeras e parece justificada na trama. Ainda assim o desconforto é intenso. Trata-se da história de Oh Dae-su, um homem que começa em uma delegacia, onde foi detido por bebedeira. Após ser liberado, acompanhado por um amigo, dirige-se para sua casa, pois é aniversário de sua filha, mas misteriosamente desaparece para o mundo nesse trajeto. É sequestrado e encarcerado no que parece ser um quarto de hotel por quinze longos anos, tendo uma televisão como sua única companhia. Através dela vê a notícia de que sua esposa foi assassinada e seu DNA foi encontrado no local do crime. Sua filha foi adotada no exterior. Periodicamente o quarto é invadido por um gás entorpecente, para que possa ser limpado por quem o mantém cativo e Dae-su tem seus cabelos cortados e roupas trocadas. Ao longo dos anos escreve diários pensando em todas as pessoas que pode ter magoado a ponto de receber esse tratamento, além de treinar socos na parede, até suas mãos sangrarem e criarem uma pele endurecida. Um certo dia, ele é liberado sem maiores explicações, apenas com suas roupas e seus diários. À partir desse momento tem cinco dias para descobrir quem fez isso com ele e o porquê, na companhia de Mi-do, uma moça que conhece no primeiro dia após ser libertado.
O filme é um pouco problemático na questão de gênero. As personagens não são desenvolvidas e parecem servir apenas para serem exploradas diante das câmeras.
Já os enquadramentos são lindos e as cenas são repletas de zooms intrigantes. O quarto em que foi aprisionado possui papel de parede retrô em tom tom quente, de creme com marrom avermelhado. Os mesmos tons estão no carpete, nos móveis, na roupa de cama e contrastam com o banheiro aberto, com azulejos de aparência esverdeada. Essas cores se repetirão em toda a parte inicial do filme, com elementos predominantemente verdes pontuados por vermelho. Na casa de Mi-Do, por exemplo, o banheiro é completamente verde, assim como seus tapetes. Suas roupas também se alternarão entre as duas cores. Já o quarto do hotel onde se hospedam é completamente vermelho. O verde irradia em cenas como quando ele para para ver um aquário em uma vitrine, em corredores e na iluminação de certo espelho d’água no final. Isso tudo cria uma sensação de frieza e severidade. É interessante também prestar atenção nos papéis de parede: cada um deles possui uma padronagem geométrica retrô marcante, com cores puxando para a paleta relatada.
Quando chegamos ao último ato do filme, uma terceira cor é adicionada: o roxo, que aparece em momentos relacionados à memória e à tragédia pessoal de Dae-su. Extremamente tenso, o final da história tem reviravoltas de cair o queixo, mas dentro do contexto não parece inverossímil. É muito difícil não se impressionar com o conjunto todo, tanto pela história em si, quanto pelas qualidades artísticas do que aparece em tela.
Obs: para ler meu breve comentário sobre o figurino do filme, acesse aqui.
2 thoughts on “Oldboy (Oldeuboi/ 2003)”