Ave, César!

É fácil comparar Ave, César!, novo filme dos direitores e roteiristas Joel e Ethan Coen, com Barton Fink– Delírios de Hollywood (1991), seu quarto filme, já que ambos se passam na Capital Records, um estúdio fictício da era de ouro de Hollywood. O segundo abarca os anos de produções de segunda linha, na década de 1940, enquanto agora, na década de 1950, o estúdio cresceu e é apresentado como criador de estrelas e de sucessos de gênero, como uma MGM de um universo alternativo. Mas os vinte e cinco anos entre ambos os filmes parecem marcar também uma mudança no posicionamento dos

Janelas: Cléo das 5 às 7

Cléo das 5 às 7 (Cléo de 5 à 7, 1962) é dirigido por Agnès Varda e tem temas como gênero, vaidade, solidão e medo da morte, com influências do feminismo e do existencialismo de então. Os espelhos tem grande papel visual nas cenas, como fica claro nessas imagens. É o filme número 32 do meu desafio #52FilmsByWomen. https://www.youtube.com/watch?v=5StVkm7cPdM

Janelas: As Pequenas Margaridas

Ultimamente, quando eu gosto de um filme, quase nunca tenho tempo para escrever sobre ele. Mas muitas vezes eu salvo cenas deles, que funcionam como pequenas janelas para observar aquele mundo diegético e para apreciar a estética escolhida. Por isso decidi começar a compartilhar aqui algumas dessas imagens e chama-las, justamente, de Janelas. O primeiro filme será As Pequenas Margaridas (Sedmikrásky, 1966), de Vera Chytilová, número 29 que assisti para o desafio #52FilmsByWomen. Trata-se de uma obra parte em preto e branco e parte colorida, mas totalmente provocadora e com grande energia.

Filmes Assistidos em Março

Março foi um mês bastante movimentado. A quantidade de filmes foi menor, principalmente por causa da quarta temporada de House of Cards e da segunda de Demolidor. Resolvi não seguir nenhum tema específico e, ao invés disso, assistir a alguns filmes que tinha em mídias físicas há um tempo aqui em casa e ainda não tinha visto. O Pássaro das Plumas de Cristal veio de uma promoção que ganhei como ouvinte do Cinema em Cena anos atrás. Lolita era o único filme do Kubrick que não tinha visto e veio em um box de filmes dele que ganhei de aniversário há dois

Conspiração e Poder (Truth, 2015)

https://www.youtube.com/watch?v=YAraTeVDJbQ James Vanderbilt é roteirista, conhecido pelos dois filmes do Espetacular Homem-Aranha e Zodíaco, de David Fincher. Conspiração e Poder é o primeiro filme que dirigiu (além de ter roteirizado, claro) e chama a atenção o elenco de peso que embarcou no projeto. O longa aborda o jornalismo televisivo, especificamente uma história real que ocorreu envolvendo a produção do programa 60 Minutos, um dos mais tradicionais da televisão estadounidense. Em 2004 a produtora Mary Mapes (Cate Blanchett) encontrou indícios de fraude envolvendo o então presidente George W. Bush e sua alocação no exército durante a Guerra do Vietnam. Em plena corrida para

Descompensada (Trainwreck, 2015)

Descompensada é o primeiro filme do diretor Judd Apatow que não é roteirizado por ele mesmo. Dessa vez a escrita fica por conta de Amy Schumer, comediante com a qual não tive contato anterior para saber como é seu trabalho solo. Apatow, por sua vez, cria comédias com as quais não consigo ter muita identificação, então acho que não sou exatamente o seu público alvo. O resultado da união entre os dois é um filme que claramente tem dois autores. O que chama mais atenção é que apesar do roteiro ser de Schumer, a estrutura é similar a de outros trabalhos do diretor:

Boa Noite, Mamãe (Ich Seh Ich Seh, 2014)

Boa Noite, Mamãe chega ao Brasil acompanhado de muita repercussão em sua trajetória em festivais no exterior. O suspense austríaco é roteirizado e dirigido pela dupla Severin Fiala e Veronika Franz e trata de dois irmão gêmeos Lukas e Elias (vividos pelos ótimos Lukas e Elias Schwarz) que se sentem desconfiados da própria Mãe (Susanne Wuest) quando esta retorna para casa após uma cirurgia. O seu comportamento causa estranhamento e ele desconfiam que ela pode não ser quem parece. A primeira metade do filme trabalha fortemente a construção de atmosfera e o suspense psicológico. Os elementos visuais chamam a atenção: