O que nos valida como seres humanos, nos valida como escritoras. (ANZALDÚA, Gloria) Recebi de uma amiga querida o ensaio Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo, da escritora Gloria Anzaldúa, publicado na Revista Estudos Feministas em 2000 (leia ele na íntegra aqui). O texto epistolar é realmente inspirador e já começa com uma saudação às “mulheres de cor” que também escrevem. Anzaldúa é americana de origem mexicana, nascida no Texas e criada nas roças de tomate. Ativista pelos direitos dos camponeses desde a década de 1950, no final dos anos 60 teve contato com a literatura feminista e nos anos 70
O Regresso (The Revenant, 2015)
O Regresso, dirigido por Alejandro González Iñárritu, é baseado na história real de Hugh Glass (interpretado no filme por Leonardo DiCaprio), guia em uma expedição que estava em busca de peles de animais nos Estados Unidos em 1823. Liderados pelo capitão Andrew Henry (Domhnall Gleeson), a equipe ainda conta com Fitzgerald (Tom Hardy), que tem clara antipatia por Glass desde o início; e Bridger (Will Poulter), um rapaz mais novo e inseguro; entre outros homens. Após ser atacado por um urso e ficar gravemente ferido, Glass é deixado sob os cuidados de Fitzgerald e Bridger, que o abandonam para que morra.
Chi-Raq (2015)
Chi-Raq é dirigido por Spike Lee e escrito por ele em parceria com Kevin Willmott, inspirados pela peça Lisístrata, de Aristófanes. Na comédia, a personagem de mesmo nome é uma ateniense que, cansada da prolongada Guerra do Peloponeso, propõe que as mulheres se abstenham de sexo com seus maridos e amantes até que eles negociem a paz. No filme, Lisístrata é interpretada por Teyonah Parris e a guerra passa a ser a violência urbana nas periferias de Chicago, encarnada na ficção pelas gangues de Espartanos (de roupas roxas) e Troianos (de laranja). A cidade tem estatísticas de morte piores do que as das
7 Anos de Estante da Sala!
Meio de surpresa descobri que há sete anos eu dei início ao Estante da Sala (o wordpress me mandou uma notificação). Tive outros blogs antes, mas nenhum sobreviveu. O que durou mais tempo dentre eles se chamava Palavras Perdidas e era um espaço para escrever poemas e crônicas. Cheguei a publicar algumas coisas num espaço colaborativo na internet que já não existe mais (sinal dos tempos). Esse blog, como o nome indica, veio da ideia de compartilhar coisas que não fossem de literatura, de tudo um pouco. A primeira postagem foi uma receita de massa de pizza (que eu continuo usando semanalmente,
Filmes Assistidos em Janeiro
Janeiro demorou para passar, não é? Entre leituras e trabalho de campo para a dissertação, o mês rendeu bastante. Imagino que fevereiro não vá ser igual. Até que eu consegui ver filmes demais. Resolvi, como ano passado, assistir a uns filme pré-Código e também sigo com o projeto de ver um filme dirigido por mulher toda semana. A lista com todos os que vi para o projeto até agora está no letterboxd. Além disso vi alguns filmes do Oscar e uns que ficaram perdidos do ano passado. Notas subjetivas e pessoais, etc. Desafio 52 Filmes Feitos por Mulheres: Respire (2014) ★★★★½
Figurino: Jogos Vorazes: A Esperança- Final
Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme. Aviso: este texto contém revelações de detalhes da trama. “Há jogos muito piores para jogar”. Chegou aos cinemas Jogos Vorazes: A Esperança- O Final, último filme da franquia distópica baseada nos livros de Suzanne Collins, protagonizada pela personagem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence). A direção novamente fica a cargo de Francis Lawrence e o figurino é da dupla Kurt & Bart, que trabalhou no filme anterior, além de Segredos de Sangue, que já foi analisado aqui no blog e pode ser conferido aqui. Durante os três primeiros filmes, Katniss se mostrou uma personagem tridimensional, movida
Livro: Gaga Feminism, de J. Halberstam
É difícil avaliar um livro como Gaga Feminism, publicado em 2012 e escrito por Jack Halberstam, professor de inglês e do Centro para Pesquisas Feministas da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Halberstam aborda principalmente questões relacionadas ao que chama de masculinidades femininas, especialmente homens transgêro e mulheres cisgênero que são butches. Mas o livro aborda muito mais do que isso: há diversas análises às repeito de gênero e sexualidade que partem de um ponto de vista da cultura pop, explorando principalmente os filmes lançados nos últimos anos. E ainda funciona como um manifesto do que chama de Gaga Feminism, termo que