Figurino: Minha Vida em Cor-de-Rosa

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 29/10/2014. Nem só de trajes exuberantes e grandiosos se faz um belo figurino. A qualidade do trabalho está em atender as necessidades narrativas da película, construindo a história juntamente com os demais elementos envolvidos no seu feitio. Minha Vida em Cor-de-Rosa, um singelo filme francês de 1997, possui roupas contemporâneas casuais, mas que compõem de forma bastante precisa o universo retratado. Dirigido por Alain Berliner e com figurino de Karen Muller Serreau, narra a história de Ludovic (Georges Du Fresne), uma criança que acabou de se mudar com sua família para

Figurino: Cinderela em Paris

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 17/09/2014. Banish the black, burn the blue, and bury the beige. From now on, girls, think pink! Cinderela em Paris, de 1957, é um filme que reúne múltiplos talentos em sua execução. O diretor é Stanley Donen, que cinco anos antes havia entregue Cantando na Chuva, um dos melhores musicais de todos os tempos. Os atores principais são Audrey Hepburn, que se estabelecia como estrela após o sucesso de A Princesa e o Plebeu e Sabrina; e Fred Astaire, já veterano. A figurinista é Edith Head, figura mítica da profissão, com

Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings, 2014)

Eis um filme que não ofende nem encanta. Dirigido por Ridley Scott, é bem produzido, com figurinos bonitos de Janty Yates (e deve ser muito divertido desenhar para esse local e período específicos) e a grandiosidade necessária para um “sandália e espadas” (embora os cenários de CGI às vezes deem a incômoda impressão de artificialidade e nada causa a sensação que a vista aérea de Roma em O Gladiador causou há 14 anos). Christian Bale como Moisés não está mal e Joel Edgerton está muito bem como Ramsés, se desconsiderarmos completamente questões étnicas. Mas, em se tratando de seus personagens, é

O Duplo (The Double, 2013)

https://www.youtube.com/watch?v=BxaqJstf-KE Não é incomum ver filmes sobre pessoas lidando com dificuldades em relação a maneira como são percebidas pelas demais. O Duplo, dirigido por Richard Ayoade, é um exemplo bem realizado disso, trabalhando não uma realidade crível, mas uma espécie de distopia com um protagonista que projeta suas expectativas. Não li a obra de Dostoievsky em que ele foi baseado, mas o tom da adaptação parece ser menos do autor russo e mais kafkiano, com seus absurdos burocráticos. Brazil, de Terry Gilliam também vem a mente diversas vezes pelo mesmo motivo. A trama traz Simon James (Jesse Eisenberg), que trabalha há

Indicados ao prêmio do Sindicato dos Figurinistas

O Sindicato dos Figurinistas dos Estados Unidos (Costume Designers Guild) anunciou a sua lista de indicados ao seu 17º prêmio anual. Os vencedores serão revelados em 17 de fevereiro. Eis a lista completa: Excelência em Filme Contemporâneo Birdman – Albert Wolsky Boyhood – Kari Perkins Garota Exemplar – Trish Summerville Interestelar – Mary Zophres Livre – Melissa Bruning Excelência em Filme de Época O Grande Hotel Budapeste – Milena Canonero O Jogo da Imitação – Sammy Sheldon Differ Vício Inerente – Mark Bridges Selma – Ruth E. Carter A Teoria de Tudo – Steven Noble Excelência em Filme de Fantasia Guardiões da Galáxia – Alexandra Byrne O

Filmes Assistidos em Dezembro

  Essa é a primeira postagem de 2015 e quase esqueço dela! Primeiro quero desejar um feliz ano novo para todos os leitores do blog! Espero que esse seja um ano de coisas boas e filmes que valham a pena. Para começar o ano, uma listinha com os filmes assistidos em dezembro. Estou semi-de-férias e consegui aumentar um pouco mais de filmes. Fechei o ano com 288 filmes assistidos.  A listagem desse mês segue a lógica das anteriores: notas subjetivas e pessoais de zero a cinco estrelas e temáticas específicas separadas das demais. Segue abaixo:   Nova Hollywood (em continuação ao

Melhores Filmes de 2014

Essa lista deu trabalho. Comecei com a ideia de mencionar 10 filmes, mas não consegui fechar neles. Ampliei para 15 e ainda senti culpa por alguns filmes terem ficado de fora. Foi, então, para 20, afinal, como escrevi na de melhores descobertas do ano, a lista é minha. Ainda fico em dúvida se os últimos listados são os melhores mesmo, já que posições ficaram mudando o tempo todo enquanto tentava elaborá-la. Outros filmes que gostei e alguns guilty pleasures ficaram de fora. Por esse motivo não estou colocando-os de forma ranqueada. Apesar disso considero as cinco primeiras colocações fixas; apenas as