Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 02/07/2014. “All those moments will be lost in time… like tears in rain…” Em 1982 estreou o terceiro longa dirigido por Ridley Scott: a ficção científica futurista Blade Runner, o Caçador de Androides, baseada no livro Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (também lançado no Brasil como O Caçador de Androides), de Philip K. Dick. O filme é visualmente marcante e a estética do futuro que ali se passa é criada sobre referências do passado. Os figurinistas Michael Kaplan e Charles Knode usaram como inspiração o período entre o final
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O Silêncio dos Inocentes em Closes
Impressiona a maneira como o diretor Jonatham Demmes, juntamente com o diretor de fotografia Tak Fujimoto, inseriu close ups ao longo de toda a narrativa de O Silêncio dos Inocentes (1991), ao mesmo tempo explorando as emoções dos personagens e aumentando a sensação de tensão, pela exclusão do entorno. Quase sempre os personagens olham diretamente para a câmera (e consequentemente para o espectador), de maneira a intensificar a transmição das emoções sentidas em cena. Fiz uma compilação de alguns momentos em que a técnica é utilizada, mas esses não foram os únicos. Muitos personagens secundários também aparecem em close. Além disso
Diário de Uma Paixão (The Notebook, 2004)
https://www.youtube.com/watch?v=_m_6gawr2OE Assisti esse filme há muitos anos e lembro-me de não ter ficado nada impressionada. Com o passar do tempo, percebi que muitas pessoas gostam genuinamente dele e resolvi, então, revê-lo. Acho que dessa vez gostei menos ainda. É fácil tentar simpatizar com a trama: história de amor proibido, “Romeu e Julieta”, capaz de superar todos os obstáculos? Como não gostar? Dois bonitinhos, Ryan Gosling e Rachel McAdams nos papeis principais, como Noah e Allie e teríamos a fórmula perfeita, certo? Acontece que tudo parece dar errado nessa combinação. A história, baseada em uma romance de Nicholas Sparks, é puro
A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars/2014)
Ao chegar em casa após ter assistido A Culpa é das Estrelas, do diretor Josh Boone, lancei um questionamento ao twitter: “Seria o Augustus de A Culpa é das Estrelas o primeiro manic pixie dream boy?”. Meu amigo Breno prontamente responde que essa pedra já havia sido cantada por Matt Patches, da Vulture, em um ótimo artigo seu. @iwittmann não vi o filme ainda, mas acho que @misterpatches cantou essa pedra no texto dele sobre o filme. — Breno Santos (@brendons) June 17, 2014 Pois bem, todos os sintomas estão lá: Gus (Ansel Elgort) é engraçado, bem-humorado e parece ter
Hoje eu Quero Voltar Sozinho (2014)
[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=lpHKXyko358] Em 2010, Daniel Ribeiro escreveu e dirigiu um curta chamado Eu Não Quero Voltar Sozinho. Disponibilizado no youtube, o vídeo logo se tornou um sucesso boca a boca, graças a delicadeza com que a história dos três jovens protagonistas foi relatada. O sucesso foi tal que agora, passados quatro anos, ele fez um longa metragem que amplia o universo anterior (e que chegou aqui em Manaus um mês depois do resto do Brasil). Voltamos a nos encontrar com Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego que tem por melhor amiga Giovana (Tess Amorim). A eles se juntam o novo aluno do
Barton Fink – Delírios de Hollywood (Barton Fink/ 1991)
[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=WK0WjWlVO9w] Filmes que comentam o fazer cinema tendem a despertar meu interesse, mas Barton Fink é mais que isso: trata-se de um filme sobre o tormentoso processo de escrita de um roteiro. O personagem título, interpretado fantasticamente por John Turturro, é um autor de uma peça de teatro que que fez sucesso em Nova York e por isso foi convidado a trabalhar na glamourosa Hollywood da década de 1940 e lá escrever seu primeiro roteiro, para um filme B sobre um lutador. O protagonista funciona como uma representação em tela dos próprios roteiristas e diretores da película, os irmãos Joel e Ethan
Nordic Noir: The Killing e Bron/Broen
As últimas aulas do curso Scandinavian Film and Television foram dedicadas à televisão escandinava e ao sucesso de público que as produções do últimos ano vem tendo, tanto nos próprios países quanto no exterior. Nos três países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca) televisão é toda financiada publicamente, mas os programas também pode receber parcerias de outros países ou privadas. Em virtude do financiamento público, os Estados solicitam duas coisas: que a produção dramática televisiva atenda a um número variado de gêneros e estilos, para cobrir o gosto da maior parte da população possível e que abordem temas de interesse social, como discussões