Estante da Sala

Melhores filmes de 2020

Também conhecido como “os filmes que eu mais gostei de ver”, portanto algo bastante pessoal. Como sempre nos últimos anos, não fiz repescagem em dezembro. Esse ano foi muito atípico e cansativo, mas isso todo mundo sabe. Acabei assistindo a número bastante reduzido de lançamentos. Em meio ao caos do ano, fui jurada no Júri da Crítica do 48º Festival de Cinema de Gramado e no Júri da Crítica da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mediei debates, cobri festival, toquei o doutorado em frente (e consegui uma bolsa de estágio na Itália, para onde devo ir no

Um Lindo Dia na Vizinhança

Talvez o maior obstáculo que Um Lindo Dia na Vizinhança precise superar no Brasil seja nosso enorme desconhecimento sobre o apresentador de programa infantil estadunidense Fred Rogers ou Mr. Rogers, figura central para o filme. Rogers ficou no ar quase ininterruptamente com Mister Rogers’ Neighborhood de 1968 a 2001, influenciando, portanto, gerações de crianças. Ele já havia sido objeto do documentário Won’t You Be My Neighbor? (2018), que ajuda a situar sua persona e seu impacto histórico e cultural para quem, como eu, não o conhecia anteriormente. Em Um Lindo Dia na Vizinhança, o recorte é outro: Mr. Rogers (Tom

Melhores Filmes de 2019

Também conhecido como “os filmes que eu mais gostei de ver”, portanto algo bastante pessoal. Novamente não fiz repescagem em dezembro, porque estou cansada e não quis correr atrás do que deixei pelo caminho. Esse ano foi recheado de trabalho, incluindo coberturas de festival, debates e mediações, atividades acadêmicas, artigos e atividades de docência. Sobre essa retrospectiva, como sempre, não tomei grande cuidado ao ordenar os filmes e depois do décimo já não obedecem mais ordem alguma (e sinceramente não vou me preocupar com isso). Optei por deixar desse jeito mesmo. Tem de tudo um pouco: filme do Oscar, filme

42ª Mostra de São Paulo- Poderia Me Perdoar?

Esta crítica faz parte da cobertura da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 18 e 31 de outubro na cidade.  O ano é 1991. Lee Israel é uma autora de livros biográficos de moderado sucesso, que nunca se estabeleceu como uma figura importante no mercado. Até que resolve mudar suas práticas profissionais e fica tão famosa por isso que sua autobiografia, Poderia Me Perdoar?, é adaptada para o cinema em 2018. O roteiro é de Nicole Holofcener e a direção fica por conta de Marielle Heller (de O Diário de uma Adolescente). Israel é interpretada Melissa McCarthy,