Estante da Sala

41ª Mostra de São Paulo parte 3: candidatos ao Oscar

A Sombra da Árvore (Undir trénu, 2017), de Hafsteinn Gunnar Sigurðsson  Candidato islandês a uma vaga no Oscar do ano que vem, esse filme mistura o drama com o humor de maneira eficiente tendo como fio condutor uma família suburbana. Primeiro conhecemos o filho, Atli (Steinþór Hróar Steinþórsson), que precisa voltar a morar com os pais depois que sua esposa descobre que ele ainda guarda (e se masturba assistindo) filmes pornográficos feitos com uma namo

Livro: Imagem-Violência

O cinema dos anos 90 é o da crueldade irônica Jean-Claude Bernardet O livro Imagem-Violência: etnografia de um cinema provocador é fruto da dissertação defendida pela antropóloga Rose Satiko Gitirana Hikiji em 1999. Após uma introdução escrita por Massimo Canevacci (autor do livro Sincrétika, que listei entre os melhores que li ano passado), a autora apresenta o contexto de seu trabalho, que foi a primeira pesquisa em antropologia visual defendida na Universidade de São Paulo. Nesse contexto, a área estava começando a se estabelecer e a USP contava e ainda conta com um Grupo de Antropologia Visual e um Laboratório de

A Fita Branca (Das Weisse Band- Eine Deutsche Kindergeschichte/2009)

Assistido em 09/11/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=z5GH_ndoyAA] A Fita Branca é um filme bastante difícil de digerir. Com uma belíssima fotografia em preto e branco, o diretor Michael Haneke nos apresenta à vida rural, quase feudal, de um vilarejo no interior da Alemanha, com lindas casinhas enxaimel,  pouco antes de estourar a Primeira Grande Guerra. Em uma cidade como essa, em que todos se conhecem, com uma atmosfera tranquila, poderia-se levar uma vida sem perturbações, é o que se imagina. Mas tudo começa a vir a tona com uma primeira brincadeira (será?). O médico estava retornando para casa, quando seu cavalo tropeça em

Amor (Amour/ 2012)

Assistido em 09/02/2013 É difícil falar sobre Amor. Acredito que para quem já conviveu com pessoas idosas como os protagonistas, ele desperte todo tipo de lembranças e para quem não o fez, ainda assim provoca reflexões. É o tipo de filme complicado de racionalizar e comentar. É um filme para sentir. A trama segue um casal de velhinhos, que eram professores de música e moram em Paris, em um apartamento que é quase outro personagem do filme. Anne começa a ficar distraída, ter dificuldades motoras e aí vem seu primeiro derrame. Georges passa a tomar conta da esposa e ajudá-la