As Mulheres que Ele Despiu é o título da autobiografia jamais publicada do premiado figurinista Orry-Kelly. O documentário homônimo dirigido por Gillian Armstrong descortina sua vida e obra desde o vilarejo natal na Austrália, passando pelo período em que morou em Nova York e trabalhou na Broadway até chegar à consagração na época de ouro de Hollywood. Kelly começou a sua carreira como aspirante a ator e foi dessa forma que se mudou para os Estados Unidos. Usou sua experiência com os bastidores do teatro e o contato profissional com as coristas para se alçar primeiro ao papel de cenógrafo e finalmente
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Três anos de “Vestindo o Filme”
Mais um ano se passou e minha coluna no Cinema em Cena aniversaria hoje. Em 8 de julho de 2013 foi ao ar sua primeira edição, em que escrevi sobre O Grande Gatsby. Tive uma redução de ritmo considerável dessa vez: no primeiro ano foram vinte e cinco textos comentando quarenta e um filmes; no segundo dezoito e trinta e dois, respectivamente. Dessa vez foram treze artigos que abordaram trinta e duas obras. O espaçamento foi maior, mas pelo menos incluí mais filmes em cada um. Todo ano eu escolho os dez que mais gostei de escrever: não necessariamente os melhores, mas os
Personagens Femininas e Seus Figurinos em Filmes de Ação
Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme. Esse espaço sempre foi utilizado para discutir figurinos no cinema, oras partindo para interpretações subjetivos, oras pensando em termos de contexto histórico ou social. Invariavelmente escapam análises que vão para além do figurino e se estendem para a direção de arte como um todo, mas também para temas relacionados à representação, especialmente em se tratando de gênero. Dessa vez a proposta desse texto vai ser um pouco diferente: ao invés de focar em um filme, vou levantar alguns pontos a respeito dos figurinos utilizados por personagens femininas em filmes que envolvem ação e aventura, especialmente
Figurino: Noé
Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 23/04/2014. Mantendo fidelidade à temática de sua obra, Darren Aronofsky (Cisne Negro) mais uma vez dirigiu um filme sobre obsessão: Noé. Polêmico, talvez o maior problema do filme tenha sido a falta de compreensão da sua natureza: muitos esperavam uma adaptação literal da história bíblica, quando na verdade trata-se de uma baseada em uma graphic novel desenvolvida pelo próprio Aronofsky, reimaginando o mito. Se levarmos em conta a interpretação literal da Bíblia, teríamos que considerar que a criação ocorreu entre 6 mil e 10 mil anos atrás. Levando-se em conta a idade
Noé (Noah, 2014)
O antropólogo alemão Franz Boas afirmou que o mito tem origem histórica e se baseia no cotidiano do próprio povo que o criou. Por outro lado, defendeu que ele pode se espalhar através de difusão para outros povos que tenham proximidade geográfica. Ainda assim, seria possível encontrar relatos similares entre povos sem contatos anteriores, mesmo que sem uma causa primária semelhante ou uma significação semelhante. Grande parte dos povos da antiguidade buscavam se fixar nas proximidades de rios, porque facilitava a obtenção de água e alimento. Assim, eventualmente, uma cheia periódica poderia ser maior do que as normais, levando a busca
Figurino: Trapaça – Exagero e Exuberância em um Retrato de Época
Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 12/02/2014. Trapaça, novo filme do diretor David O. Russel, saiu na frente em número de indicações na temporada de premiações que estamos atravessando. O figurino de Michael Wilkinson merecidamente foi lembrado nas listas tanto do Oscar quando do Sindicato dos Figurinistas, sendo neste último na categoria Filme de Época. A história de passa em um 1978 de exageros e exuberância, com forte influência da discoteca, e as roupas ajudam a construir os personagens de maneira orgânica, jamais deixando-os caricatos, embora sempre a um passo disso. Aqui todos se vestem com liberdade e os