Assistido em 24/08/2013
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Esse filme é um épico, grandioso em todos os sentidos. Relata a história (altamente ficcionalizada) do imperador mughal Akbar, o Grande (Hrithik Roshan), que no século XVI casou-se com a bela filha do rei Bhamal de Japur (Rajput), Jodhaa (Aishwarya Rai Bachchan). A Índia, à época Hindustão, era composta por vários pequenos reinos independentes. Akbar, nascido lá, mas de origem persa e muçulmano queria unificar o país. Para isso, enviou cartas a todos os reis solicitando sua rendição e prometendo guerra àqueles que se recusassem. Nas sequências iniciais já temos uma imensa batalha, com incontáveis figurantes compondo os dois exércitos, além de grandes elefantes de guerra.
Aos poucos seu abjetivo de unificação vão se concretizando e para selar a paz, propõe o casamento com a princesa de uma das províncias. A religião de Jhodaa é o hinduísmo, então faz duas exigências: que não precise se converter e que possa ter um templo para si dentro do Palácio, mantendo seus ritos religiosos. Akbar consente e uma grande festa é celebrada. Seu reinado é ameaçado por traições e complôs, mas o romance ganha destaque acima da política. Jodhaa está infeliz com a imposição do casamento e após a cerimônia ele lhe fala que se quisesse eles poderiam cancelá-lo, já que mulheres muçulmanas podem fazê-lo se quiserem. Ela fala que é hinduísta e para eles o casamento é até a morte. (Da mesma forma, as muçulmanas apenas cobrem a cabeça entre estranhos, enquanto as hinduístas cobrem também o rosto). O filme prega a mensagem da tolerância religiosa e muitos o criticam por alterar a história para mostrar um Akbar mais moderado do que na realidade, fato facilmente percebido até para quem ignora a história da índia. Além disso, os casamentos para formar alianças políticas foram diversos, mas suas esposas realmente não eram obrigadas a se converter.
Como não tenho conhecimentos sobre a história indiana, não discutirei esses aspectos políticos do filme. Apenas devo dizer que como obra cinematográfica ele é de encher os olhos e é um dos filmes visualmente mais bonitos que já vi nos últimos tempos. As locações (palácios indianos reais) e paisagens são lindos. As cores super saturadas das roupas são fantásticas. Verdes, vermelhos, amarelos e laranjas pulam na tela de forma encantadora. As cenas musicais encaixam-se no estilo do filme, com destaque para a cena em que Akbar é reverenciado como imperador por comitivas de diversas províncias. O romance às vezes tem uns deslizes machistas (justificados pelo período retratado), mas é extremamente convincente, embora talvez possa parecer piegas ou conservador para alguns. As grandes produções indianas evitam beijo na boca e contatos com conotação sexual em tela, por motivos de classificação indicativa. Ainda assim o filme tem um certo erotismo velado, patente em diversas cenas e uma química muito boa entre os dois atores protagonistas. Há, ainda, lutas de espada bem coreografadas, que me lembraram um pouco o cinema chinês.
Um curiosidade é a presença, entre as damas de companhia de Jodhaa, de uma hijra. As hijras podem ser eunucos, trangênero ou intersexo e suas presenças são tradicionais nos casamentos indianos para atrair boa sorte e fertilidade.
O filme é longo: pouco mais de três hora e meia, mas possui um intervalo no meio. Confesso que a história me prendeu tanto a atenção que a experiência de assistir a ele não foi nem um pouco cansativa. O diretor, Ashutosh Gowariker conseguiu unir todos os elementos muito bem. É uma obra deveras grandiosa e merecedora de ser assistida.
3 thoughts on “Jodhaa Akbar (2008)”