Assistido em 13/09/2013
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Esse filme foi a pedida para a sexta feira 13. Havia assistido a regravação de 1999, A Casa Amaldiçoada no cinema e ela me deixou, na época, bastante insatisfeita. Tinha um ar de filme de terror antigo (e eu não sabia que era uma regravação), uma história com potencial, mas se perdia de tal modo em seus próprios efeitos especiais que não deixava espaço aberto para a dúvida, que desperta o medo. Por isso surgiu a curiosidade de saber se esse filme era melhor. Filmes de terror que abordam o sobrenatural não costumam funcionar muito comigo, pois o ceticismo me afasta da suspensão de descrença. Agora, filmes que constroem seu suspense na tensão em torno dos personagens são bastante efetivos e foi o caso desse.
A trama é bastante simples: um antropólogo (?) pesquisador de fenômenos estranhos, Dr. John Markway (Richard Johnson), reúne duas mulheres que já têm histórico de experiências “sobrenaturais” em uma casa famosa por ter uma maldição. Além deles, permanece na casa o herdeiro dela, Luke Sanderson (Russ Tamblyn), um cético que pretende comprovar que todas as lendas envolvendo sua futura propriedade não passam de bobagens. A primeira mulher é Eleanor (Julie Harris), apelidada de Nell. Eleanor é emocionalmente instável, insegura, solitária e atormentada pela culpa em relação à morte de sua mãe. Já Theodora (Claire Bloom) é o oposto: além de clarividente, é segura e ousada. Embora o filme nunca revele completamente, fica claro que Theo (seu apelido), se envolve com mulheres e até manifesta interesse em Nell, antes de irritar-se com ela e com o Dr. As diferenças entre ambas são ressaltadas em um cena em que se comenta que Nell usa tweed (tecido grosso, tradicional) e Theo usa veludo (tecido maleável e sensual).
À partir da primeira noite em que passam na casa, a percepção dos personagens já lhes indicam que algo está acontecendo. Digo percepção porque tudo é mostrado de forma a gerar dúvidas: pode ou não pode ser ao mesmo tempo. Espelhos aparecem frequentemente em cena. A dúvida realmente funciona criando o suspense. A insegurança de Nell é essencial para questionarmos se o que está acontecendo é real ou não.
Não é um filme que dá sustos, nem vai aterrorizar o expectador. O que ele gera é uma tensão, mas de forma eficiente. Muito bom, e realmente muito melhor que o de 1999.