Assistido em 16/08/2013
Dirigido por F. W. Murnau, esse filme é uma obra de arte prodigiosa e cheia de técnicas impressionantes em sua execução. Realizado nos Estados Unidos, com atores do país, por causa de seu diretor parece encaixar-se na escola do Expressionismo Alemão.
Na história um Homem (George O’Brien), fazendeiro simples, pensa em matar sua Esposa (Janet Gaynor), pois está traindo com a Garota da Cidade (Margaret Livingston), que quer que ele venda sua fazenda e vá morar com ela. Ele decide convidar a Esposa para um passeio de barco. Cada vez mais sinistro e atormentado por suas decisões, levanta-se no barco para atacá-la, mas não consegue concretizar seu intento. A Esposa , magoada, foge dele na cidade, enquanto ele pede perdão. Juntos passam por um dia de maravilhas, até seu retorno de noite no barco, quando são atingidos por uma tempestade. Trata-se de um conto de alerta contra os vícios da cidade, enaltecendo a vida simples, ao mesmo tempo em que ironicamente mostra os prazeres de uma visita a ela.
Gaynor é uma ótima atriz (e demonstra isso também em Anjo das Ruas, no ano seguinte) e com seu olhar claro e sua expressão facial doce nos encanta com a bondade da Esposa. É difícil aceitar que ela perdoaria o Homem tão rápido, até porque ele já demonstrou ser violento também em ralação à Garota da Cidade.
A história em si é um melodrama escrito com mãos pesadas, um relato de casamento salvo e amor recuperado, mas a direção é impecável. A iluminação nas cenas é linda. Os efeitos especiais, como cenas em que há dupla exposição do filme, são muito bem feitos. Em outra cena o casal caminha entre carros que passam ao redor dele e percebe-se claramente a montagem, mas a técnica é bem executada. Além disso esse foi o primeiro filme da Fox a ter trilha sincronizada, ou seja, é mudo, mas possui barulhos como sino da igreja, aplausos, grunhidos de um porco, assovios e vento soprando, tudo sincronizado de forma impressionante. Não há com assistir essa película sem se encantar pelo menos pela técnica apresentada.
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