Assistido em 06/09/2013
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Extermínio, como Os Doze Macacos, é um desses filmes em que a culpa de tudo é dos ativistas pelos direitos dos animais. Na sequência inicial vemos um grupo deles invadindo um laboratório para libertar os macacos utilizados em testes. Um cientista os flagra e pede para que não os libertem, pois foram infectados com um tipo extremo de raiva. Os ativistas prosseguem em sua tarefa e são atacados pelos símios. Mas esse não é o foco do filme. O protagonista é Jim (Cillian Murphy), um rapaz que sofreu um acidente e acorda 28 dias depois da contaminação em um hospital completamente vazio, apenas com a chave de sua porta. Ai sair, descobre que toda a cidade Londres está também vazia. Nesse meio tempo, o vírus da raiva se propagou e boa parte da população foi morta, enquanto outros estão correndo e matando, infectados pela raiva. Nem a ciência (na forma do hospital deserto) nem a religião (na primeira igreja que entra, o padre infectado o ataca) podem ajudá-lo. Em busca da sobrevivência (comida e abrigo) encontra o casal Mark e Selena e Frank e Hannah, que são pai e filha. Daí para frente a história segue de forma tensa, nos mostrando que mais temíveis que os infectados, são os demais humanos querendo sobreviver.
A primeira vez que assisti esse filme, peguei-o passando na TV e perdi a parte inicial do hospital. Sem o contexto dos acontecimentos, pensei se tratar de mais uma adaptação do conto Eu Sou a Lenda, em que um grupo de junta ao último homem. Estava errada, mas as tramas não deixam de ter sua semelhança, na maneira como os personagens sempre precisam procurar abrigo para a noite e alimentos. A parte inicial do hospital, na verdade, parece bastante com o começo de The Walking Dead. Percebam que em todas essas referências citadas os antagonistas tratam-se de zumbis (bem, vampiros em Eu Sou a Lenda, na verdade). Em Extermínio não são mortos vivos: são pessoa vivas em estado alterado pela doença. Mesmo assim, a humanidade delas está de tal forma perdida e a estrutura da história funciona tanto como uma de zumbis que é difícil não considerá-los como tal. Acaba sendo um precursor no retorno do gênero ao cinema.
O diretor, Danny Boyle, acerta no tom um tanto quanto trash da trama. Ao mesmo tempo fiquei com a sensação de que o filme envelheceu um pouco mal. O último terço parece ter sido feito de forma atropelada. Talvez até pelo retorno dos zumbis às telas, achei o todo menos tenso e menos impactante do que havia sido anos atrás. Ainda assim é um bom filme, ainda mais se levado em conta o orçamento bastante enxuto.