Assistido em 14/06/2013
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Em 1959 Hitchcock já era há muito um diretor consagrado e intitulado o mestre do suspense. Com um programa de televisão e muitos filmes de sucesso, aos sessenta anos de idade ele decide que precisa de algo novo: algo que traga frescor a sua obra e seja desafiador. Ao ler o livro Psycho, percebe que esse será seu novo filme. Mas o estúdio não recebe bem a ideia de adaptar a história que conta com nudez e violência do jovem que veste roupas femininas e é obcecado pela mãe. Hitchcock faz um acordo: eles distribuiriam o filme e ele o financiaria, hipotecando sua própria casa. E essa é a história abordada nesse filme: os bastidores da criação do clássico Psicose. Obviamente não é recomendado assisti-lo sem ter visto o outro primeiro, pois partes importantes de sua trama são reveladas.
Hitchcock é interpretado por Anthony Hopkins, sob uma grossa camada de maquiagem para torná-lo mais parecido com o roliço diretor. A maquiagem, inclusive, foi indicada ao Oscar, mas acaba gerando um sensação de algo está errado com o rosto do ator (algo semelhante ao que ocorre em Looper). Helen Mirren está ótima como sua esposa Alma. A protagonista de Psicose, Janet Leigh, é interpretada por Scarlett Johansson e Anthony Perkins, apesar de aparecer pouco, é interpretado com absoluta precisão por James D’Arcy.
Não sei até que ponto o filme é real aos acontecimentos, mas é interessante saber como Alma se envolvia no processo de seleção das histórias que seriam adaptadas, bem como ajudava na revisão do roteiro e na montagem. Mas a parte da história que se desvia para falar de sua relação com um amigo escritor e o ciúme de seu marido é bastante desnecessária (o mesmo pode-se dizer sobre inserções de Ed Gein, o serial killer da vida real que inspirou a história) . O filme também deixa bem clara a absoluta obsessão de Hitchcock por suas atrizes principais.
Uma cena que mostra que a equipe estava com dificuldades para gravar em certo momento em que a câmera passa por cima da escada despertou meu interesse, mas ao final, não se mostrou como foi feito na gravação original. Deixou-me com vontade de saber mais das partes técnicas das gravações. Esse é o resumo dessa película: as atuações são todas muito boas, mas pouco mostram realmente do processo de produção do maior sucesso de Hitchcock. Ao final ficamos com vontade de ver mais, pois é um filme bastante agradável.