Assistido em 24/08/2013
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Essa postagem entra como um extra na minha proposta de fazer uma semana voltada para o cinema indiano. Na verdade Noiva e Preconceito é uma produção anglo-americana, mas com elenco parcialmente indiano e direção de Gurinder Chadha, queniana de origem indiana mas criada em Londres, que já havia dirigido o gostoso Driblando o Destino.
Trata-se de uma adaptação para os dias atuais do clássico romance inglês Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. A protagonista, Lalita (Aishwarya Rai Bachchan) e suas irmãs vão a uma festa de véspera de casamento e lá conhecem os amigos Balraj (Naveen Andrews), um rico indiano morando em Londres, e William Darcy (Martin Henderson), um americano sisudo e com ideias preconceituosas a respeito da Índia.
Todos os personagens do livro original estão presentes na adaptação e são facilmente reconhecíveis, embora por vezes pareçam um tanto quanto caricatos. A trama toma algumas liberdades em relação a como os acontecimentos transcorrem, mas de uma maneira geral, flui adequadamente. São as músicas que atrapalham bastante: optou-se por inserir números musicais ao longo da história, mas as canções são de estilos ocidentais e não parecem combinar com o contexto. São cenas mais hollywoodianas que bollywoodianas. Entendo que seja uma homenagem, não uma produção literalmente hindi, mas de qualquer forma esse detalhe ajuda a desconstruir o clima obtido pelos demais elementos. Não deixa de ser interessante que em um diálogo entre Lalita e Darcy, quando ele fala que tinha vontade de construir um resort na Índia, ela lhe responde que o que ele quer é criar uma Índia diferente da realidade, para os turistas e sem indianos. Acontece que o filme faz isso: obviamente a Índia retratada pelo olhar da diretora que nunca viveu no país não deve condizer com a realidade.
O Darcy de Henderson é sem dúvida o pior que eu já vi. Pontos para Colin Firth, que o interpretou duas vezes e ambas são lembradas até hoje (na minissérie da BBC Orgulho e Preconceito de 1995 e na outra livre adaptação para os dias atuais O Diário de Bridget Jones, de 2001).
Noiva e Preconceito não um programa ruim para um domingo à noite: é colorido e divertido, especialmente ao se identificar as referências ao material original. Mas ainda vale mais a pena ver Jodhaa Akbar. Ou até mesmo Bridget Jones.
1 thought on “Noiva e Preconceito (Bride & Prejudice/ 2004)”