Estante da Sala

O Jovem Karl Marx (Le jeune Karl Marx, 2017)

Postado originalmente em 10 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 

Depois do aclamado documentário Eu Não Sou Seu Negro, Raoul Peck retorna com essa cinebiografia correta, que aborda os anos de juventude do filósofo Karl Marx (August Diehl), quando entabulou amizade com Friedrich Engels (Stefan Konarske), com quem futuramente escreveria o Manifesto do Partido Comunista e que possibilitaria a criação de O Capital. A esposa de Marx, Jenny von Westphalen (Vicky Krieps) aparece com a terceira personagem de importância e com uma trajetória interessante: a moça rica e estudada, de família tradicional, que largou tudo para casar-se com o rapaz pobre, judeu e de posicionamentos políticos controversos.

Pensadores da época cruzam o caminho, diferentes posicionamentos são apresentados, bem como o contexto político que fervilhava em diversos países. O diretor não se furta a retratar até mesmo as controvérsias, como o fato de Engels financiar as obras de Marx com dinheiro obtido das fábricas de sua família, ou seja, ser ele mesmo um capitalista lucrando com a alienação da mão de obra dos trabalhadores e com isso bancando a produção do amigo. A obra tem o estilo de um telefilme, como se fosse uma daquelas produções de época que a BBC costuma fazer, mas seus personagens fascinantes garantem a atenção do espectador.

Nota: 3,5 de 5 estrelas

 

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