Eis que o Estante da Sala chegou ao 9º aniversário! No dia 5 de fevereiro de 2009 eu publiquei o primeiro post: uma receita de massa caseira de pizza. Quê? Como assim? Bom, quem acompanha esse espaço por mais tempo sabe que esse nome veio porque eu queria escrever sobre um pouco de tudo: compilar minhas receitas, escrever sobre o que estava lendo, jogando, assistindo, enfim, sobre o que passasse pela cabeça. Até tutorial de costura eu planejei fazer. Foram idas e vindas nesse bloguinho descompromissado e períodos mais ou menos ativos. Depois de todo esse tempo praticamente só sobrou
Filmes assistidos em janeiro
Socorro que já acabou o primeiro mês do ano! Estou com leituras atrasadas para a tese e pensando seriamente em não escrever sobre nenhum dos indicados ao Oscar dessa vez. Que peso na consciência! Falando em Oscar, resolvi fazer o desafio de ver todos os filmes vencedores na categoria “Melhor Filme” (#ProjetoBestPicture) e talvez rever uns que já vi há muito tempo. Bom, nem bem comecei e já estou falhando miseravelmente, atrasada em uns três filmes. Também voltamos das férias de gravação do Feito por Elas e por isso já começamos o ano vendo e revendo os trabalhos de algumas
Visages Villages (2017)
Postado originalmente em 3 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo Agnès Varda é sem dúvida uma figura cativante. Aos 89 anos, dos quais mais de sessenta foram dedicados ao cinema, a diretora vive uma fase de reconhecimento pleno e foi homenageada com um Oscar honorário por sua trajetória, fato que ironiza, uma vez que mesmo esse seu filme mais recente foi realizado através de financiamento coletivo, como pode ser conferido logo nos agradecimentos dos créditos de abertura. E agora esse mesmo filme foi indicado na categoria de Melhor Documentário, sua primeira indicação
O Motorista de Taxi (Taeksi Woonjunsa, 2017)
Postado originalmente em 9 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo O candidato sul-coreano a uma vaga no Oscar de 2018, dirigido por Hoon Jang, é baseado na história real do massacre de Gwangju, ocorrido em 1980 na cidade de mesmo nome. O levante lutava pela democracia, contra o ditador Chun Doo-hwan, mas a mídia local ocultava os acontecimentos, enquanto o exército reprimia violentamente os manifestantes. Peter (Thomas Kretschmann), um jornalista alemão, entre no país vindo do Japão, se passando por missionário, com a proposta de filmar o que aconteceu e levar essas imagens
Lou (Lou Andreas-Salomé, 2016)
Lou Andreas-Salomé. É provável que você, assim como eu, nunca tenha ouvido falar desse nome. E isso é mais do que sintomático. Louise von Salomé foi uma romancista, filósofa e psicanalista. Roteirizado (juntamente com Susanne Hertel) e dirigido por Cordula Kablitz-Post, o filme que leva seu nome se propõe a relatar um pouco de sua biografia. A protagonista é retratada em diversas idades. Quem rememora sua história é ela mesma, aos setenta e dois anos (Nicole Heesters). Nascida em 1861, aos seis anos (Helena Pieske) queria ter as mesmas liberdades que eram oferecidas a seu irmão. Aos dezesseis (Liv Lisa
The Square: A Arte da Discórdia (The Square, 2017)
Postado originalmente em 9 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo O aguardado vencedor da Palma de Ouro em Cannes é outra obra provocativa do cineasta sueco Ruben Östlund. Dessa vez seu alvo é o mercado da arte, representado aqui por Christian (Claes Bang), um diretor de museu extremamente preocupado com sua imagem pessoal e com a relevância midiática de seu local de trabalho. O primeiro ponto levantado pelo filme diz respeito ao que é a arte. Em determinado momento se pergunta: uma bolsa colocada em uma exposição é arte? Esse tipo de
O Jovem Karl Marx (Le jeune Karl Marx, 2017)
Postado originalmente em 10 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo Depois do aclamado documentário Eu Não Sou Seu Negro, Raoul Peck retorna com essa cinebiografia correta, que aborda os anos de juventude do filósofo Karl Marx (August Diehl), quando entabulou amizade com Friedrich Engels (Stefan Konarske), com quem futuramente escreveria o Manifesto do Partido Comunista e que possibilitaria a criação de O Capital. A esposa de Marx, Jenny von Westphalen (Vicky Krieps) aparece com a terceira personagem de importância e com uma trajetória interessante: a moça rica e estudada, de família tradicional,