Estante da Sala

Elena (2012)

“Arte pra mim é tudo, sem a arte eu prefiro morrer” Esta não é uma crítica. Talvez não seja mais do que um apanhado de percepções pessoais sobre um filme que também é um apanhado de percepções pessoais. Elena é dirigido por Petra Costa e trata de sua convivência com sua irmã, treze anos mais velha. Elena queria ser artista e cedo ganhou dos pais uma câmera. Graças a isso, Petra pode se debruçar sobre imagens que descortinam seu crescimento: a irmã ainda pré-adolescente rodopiando a dançar; aos treze, embalando-a no colo e dormindo junto a ela; aos dezesseis atuando

Dicas de Documentários na Netflix

Esse vai ser uma postagem rápida e atípica, com sugestões de três documentários que estão no catálogo da Netflix. As Hipermulheres (2011) é dirigido pelo antropólogo Carlos Fausto e pelos cineastas Leonardo Sette e Takuma Kuikuro. Kuikuro é um cineasta indígena formado pelo projeto vídeo nas aldeias, de Vincent Carelli. O filme aborda o ritual Jamurikumalu, tradicionalmente performado pelas mulheres do povo Kuikuro, no Alto Xingu, no Brasil. A tradição dita que no período em que ele acontece, ocorre uma inversão de papéis na aldeia, como uma espécie de ritual de rebelião. Assim, as mulheres utilizam adornos e armas masculinos,

The True Cost (2015)

Disponível no catálogo da Netflix, The True Cost, dirigido por Andrew Morgan, é um bom documentário para refletir sobre o peso do nosso consumo. Há algumas décadas, a moda previa quatro coleções por ano: primavera, verão, outono e inverno. Agora, com a ascensão do fast fashion, com grandes redes de varejo, especialmente da Europa e Estados Unidos (C&A, H&M, Forever 21, Zara, Topshop, etc), as lojas recebem coleções novas todas as semanas, com preços baixos, material de qualidade duvidosa e acabamentos questionáveis. Mas o chamariz são os preços. Por que pagamos o mesmo preço por uma calça ou uma regata que pagávamos há 10 anos?

O Triângulo Rosa (Paragraph 175/ 2000)

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=ySlMFFJQcO0] Filmes que abordam a Segunda Guerra Mundial ou seus campos de concentração são diversos, sejam de ficção ou documentários, como este. Mas O Triângulo Rosa se propõe a mostrar a realidade de um grupo que viveu o período e é pouco pesquisado: os homossexuais. O parágrafo 175 da legislação alemã, presente no título original do filme, diz respeito à proibição da assim chamada sodomia. A lei entrou em vigor ainda no século XIX, mas pouco ou nada foi aplicada até o regime nazista. Segundo o que é mostrado, na década de 1920 Berlim chegou a se tornar o paraíso

O Ato de Matar (The Act of Killing/ 2012)

Assistido para o curso Scandinavian Film and Television, disponível em Coursera.org. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=SD5oMxbMcHM] O Ato de Matar é um documentário sobre o golpe militar perpetrado em 1965 na Indonésia. Na ocasião, cerca de um milhão de pessoas foram mortas por milícias e mafiosos sob a acusação de serem comunistas. Mas ao invés de relatar o que aconteceu naquele período em retrospecto, os realizadores solicitaram aos responsáveis pelas mortes que reencenassem suas práticas, utilizando os meios que achassem mais apropriados. Com ajuda de figurantes, maquiagem e alguma dedicação, inspirados por filmes de gangster e musicais, eles rememoraram o passado. A sensação ao assistir é de terrível

Edifício Master (2002) e Um Dia na Vida (2010)

Assistidos em 07 e 08/02/2014. Edifício Master e Um Dia na vida são ambos documentários do diretor Eduardo Coutinho, mas com abordagens quase que opostas. Quando estava em minha graduação em Arquitetura, muito se frisou não só a importância, mas a necessidade de jamais esquecer do fator humano em relação à obra construída. Um edifício só existe por que pessoas o habitarão ou trabalharão nele. Ele existe para ser ocupado e só adquire significação através dessa ocupação. Edifício Master é um mergulho na vida dos moradores do prédio homônimo, localizado em Copacabana, no Rio de Janeiro. São 12 andares, 276

A Personal Journey with Martin Scorsese Through American Movies (1995)

Assistido em 03/12/2013. Não me prolongarei falando a respeito desse filme, apenas deixo a recomendação. No documentário, estrelado, escrito e dirigido por Martin Scorsese, ele fala a respeito da história do cinema americano, abordando os diretores que considera importantes para sua formação, pincelando os mais conhecidos, mas, merecidamente, aprofundando-se naqueles que não ficaram famosos. Trata-se de uma verdadeira aula de cinema, que começa com os filmes mudos e vai até a década de 1960. Scorsese não avança pois diz não ser capaz de julgar isenção o trabalho de seus colegas de geração. (Embora, passados quase vinte anos, bem que ele