Como já diria a canção, um conto tão antigo quanto o próprio tempo: apesar de improvável dois jovens se apaixonam. Em mais uma recriação com atores de uma de suas animações clássicas, a Disney traz ao público novamente A Bela e Fera, dessa vez dirigido por Bill Condon. O pontapé inicial da trama já é conhecida do público: uma feiticeira disfarçada de idosa oferece uma rosa em troca de abrigo a um príncipe em seu castelo. Ele, repudiando a aparência da mulher, expulsa-a e é punido com sua transformação em uma besta de aparência feroz, para que aprenda que a beleza é
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Era o Hotel Cambridge (2016)
O artigo sexto de nossa Constituição Federal estipula que “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”. O Estado tem a obrigação de garantir que sua população tenha moradia, mas o que fazer quando os governos não só se recusam a fazê-lo, como reagem no sentido de silenciar movimentos que tentar garantir seus direitos? Essa é uma das muitas questões levantadas em Era o Hotel Cambridge, da diretora Eliane Caffé. Trabalhando nos limites entre o ficcional e
Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures, 2016)
Dirigido por Theodore Melfi, Estrelas Além do Tempo é uma adaptação do livro Hidden Figures, de Margot Lee Shetterly, que trata da trajetória real de três mulheres negras que trabalharam na NASA durante a corrida espacial, na década de 1960, em plena Guerra Fria. Nesse período as mulheres tinham trabalhos restritos na agência: dividiam-se entre as secretárias e as computadoras, que realizavam os cálculo antes da chegada dos grandes equipamentos da IBM. As protagonistas do filme são a matemática Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson), a programadora Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e a engenheira Mary Jackson (Janelle Monáe). Esses cargos não
La La Land: Cantando Estações (La La Land, 2016)
fico-me perguntando como teria sido se tudo fosse diferente ah, como me inquietam essas histórias passadas como teria sido se não fosse como foi perguntas sem respostas respostas sem perguntas* (I.W.) Filmes musicais são mágicos por excelência. Embora alguns espectadores enxerguem a música como uma quebra de realidade, ela serve justamente para intensifica-la e expandi-la, externando o que é interno aos personagens. Basta pensar em Gene Kelly literalmente cantando na chuva, no filme de mesmo nome, em virtude da alegria de um amor correspondido. La La Land, novo trabalho do diretor Damien Chazelle, embarca nessa proposta trazendo ao público o
A Criada (Ah-ga-ssi, 2016)
Perverso e delicioso, A Criada, novo filme dirigido por Park Chan-Wook, se desenrola em camadas, brincando inescrupulosamente com as expectativas de quem o assiste. Adaptado da novela Fingersmith, de Sarah Waters, trata da história de um golpista que se passa por um conde chamada Fujiwara (Jung-woo Ha) para casar com a senhorita Hideko (Min-hee Kim), uma jovem herdeira, com a ajuda de Sook-Hee (Tae-ri Kim), uma batedora de carteiras que posiciona como a criada pessoal do título e por quem a primeira se apaixona. A história original se passa no contexto do rígido sistema de classes vitoriano, e aqui é
Um Cadáver Para Sobreviver (Swiss Army Man, 2016)
Um Cadáver Para Sobreviver chega ao Brasil diretamente em homevideo, disponibilizado na Netflix. Dirigido por Dan Kwan e Daniel Sneinert (conhecidos como Daniels), o filme conta a história de Hank (Paul Dano), um rapaz que conhecemos perdido em uma ilha deserta, sozinho e tentando se matar, até que encontra o corpo já sem vida de Manny (Daniel Radcliffe). Com a ajuda das múltiplas utilidades que descobre ter o morto (e daí vem o título original, referindo-se a um canivete suíço), Hank decide tentar sobreviver e reencontrar Sarah (Mary Elizabeth Winstead) uma moça que acha bonita e que costumava observar no
A Chegada (Arrival, 2016)
Diversas vezes o cinema de ficção científica explorou as possibilidades trazidas pelo encontro entre nós, humanos, e formas de vida extraterrestres. O medo de que com sua tecnologia superior (afinal conseguem atravessar galáxias) possam nos dominar é uma constante. Por isso é comum que sejam retratadas como uma metáfora para o invasor estrangeiro e para o horror de modos de vida que não compartilhamos em nossas comunidades, como uma forma de alteridade radical. Embora também não seja exatamente única, em A Chegada, o diretor Denis Villeneuve parte da perspectiva oposta: e se o nosso problema é interno, marcado pela nossa incapacidade de