Estante da Sala

Nebraska (2013)

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=_I8l5_29iwk] Nebraska é um filme lindo que se vale de maneira eficaz em parte da farsa e em parte do realismo. O diretor Alexander Payne explora temas relacionados à velhice e o retorno à terra natal, mas não de maneira trágica e sim pontuando-os com momentos de humor. Woody Grant (Bruce Dern) é um idoso que recebeu uma propaganda de revistas falando que tem direito a um prêmio de um milhão de dólares. Para isso precisa ir ao Nebraska verificar se é mesmo um dos ganhadores. Acreditando no golpe de marketing, torna-se obcecado por ir até lá, para desespero de

A Palavra (Ordet /1955)

Assistido em 12/02/2014, para o curso Scandinavian Film and Television, disponível em Coursera.org. Texto foi parcialmente adaptado e traduzido de um ensaio escrito para a revista Cinema Scandinavia. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=-uQEPjRog84] “No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus.” João 1:1 Em A Palavra o diretor dinamarquês Carl Th. Dreyer lida com temas a respeito de fé e religião. A família Borgen vive em uma fazenda e tem uma religião insitucionalizada diferente daquela de seus vizinhos e isso cria conflitos entre eles, especialmente quando Anders revela o desejo de se casar com Anne, filha do alfaiate.

Trapaça (American Hustle/ 2013)

Assistido em: 10/02/2014. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=YwpdoUcocMA] Quase todo ano é aquela polêmica: David O. Russel dirige um filme, este recebe trocentas indicações ao Oscar e o mundo se divide entre os que concordam e os que não concordam. A bola da vez é Trapaça, filme sobre golpistas profissionais que se passa em 1978. Com narrações em off em que cada personagem explica como foi parar onde está, a trama começa com Christian Bale (que ganhou cerca de 20 quilos para o papel) interpretando Irving Rosenfeld, um homem que ganha dinheiro de comissão por empréstimos prometidos e nunca entregues. Em uma festa na casa de um amigo,

Imitação da Vida (Imitation of Life/ 1934)

Assistido em 09/01/2014. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=GVMFYDBxZr4] Toda obra deve ser analisada dentro do contexto da época. Isso vale para linguagem, técnica e mesmo para o tratamento de personagens. Mas às vezes desligar o olhar contemporâneo torna-se tarefa impossível e foi isso que me aconteceu ao ver a versão de 1934 de Imitação da Vida. Aclamado por ser o primeiro grande filme a abordar questões a respeito de racismo, a incômoda trama não sobrevive sem ser ela mesma considerada racista e condescendente. Ao começo da história Bea (Claudette Colbert) é uma mulher recém enviuvada, com dificuldades financeiras e passando trabalho para cuidar da

Azul é a Cor Mais Quente (La vie d’Adèle – Chapitres 1 et 2/ 2013)

Assistido em 17/01/2014 [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=3qxWpl-_PQo] Muita polêmica envolveu o filme Azul é a Cor Mais Quente, baseado nos quadrinhos de Julie Maroh (que não li) e vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2013. Como todos os filmes fora do circuito-comercial-blockbuster, ele não havia passado nos cinemas em Manaus na época de sua estreia nacional. Mas para minha grande surpresa, entrou em cartaz na última sexta feira, dia 17/01, em uma sessão, conforme relatado por Natasha. O diretor Abdellatif Kechiche foi acusado pelas atrizes de manter comportamento inadequado, deixando-as sob pressão. Seus métodos são bastante questionáveis. A trama conta a história de

Figurino: Cisne Negro – Obsessão e Delírio

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 06/11/2013. Aviso: este texto contém revelações de detalhes da trama do filme. Darren Aronofsky, o diretor de Cisne Negro, é um obcecado pela obsessão. Ela se faz presente em cada um de seus trabalhos, com maior ou menor destaque. Aqui, auxiliado pela figurinista Amy Westcott, ele constrói o mundo de Nina, completamente entregue à dança. Westcott trabalhou com uma paleta de cores restrita, usando o rosa, o cinza e o preto para contar a história da personagem principal e de sua obsessão, realçando as etapas de sua jornada e sua evolução,

Rush – No Limite da Emoção (Rush/2013)

Assistido em 27/12/2013. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=oetaOQ5U93A] O diretor Ron Howard nunca foi exatamente um diretor ousado. Não é em Rush- No Limite da Emoção que se permite ser. Mas, nos entrega um filme eficaz, bem realizado e bonito. E quando falo “bonito” não não me refiro a uma suposta moral da história ou mensagem ou mesmo a história em si. Trata-se de de uma bela recriação de época, em que todas as roupas parecem saídas da década de 1970 sem ter a aparência de fantasias, além de ter uma fotografia precisa. A trama aborda a rixa entre os pilotos de Fórmula 1 James