Estante da Sala

Figurino: O Espião que Sabia Demais- Homens Sisudos e Guerra Fria

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo a Cena em 28/08/2013. É muito comum ouvirmos comentários elogiosos a figurinos de filmes de época recheados com grandes e belos vestidos e filmes de fantasia que extrapolem os limites da nossa imaginação. Mesmo as grandes premiações, com exceções das específicas da área, geralmente tem entre seus indicados apenas filmes que se enquadram nesses dois grupos. Figurinos masculinos ou figurinos contemporâneos raramente despertam o mesmo tipo de comoção. Trabalhá-los significa se entregar a sutilezas que podem passar despercebidas por grande parte do público. Um belo exemplo é O Espião que Sabia Demais (Tinker Taylor Soldier Spy),

Gravidade (Gravity/ 2013)

Assistido em 11/10/2013 Aviso: pode conter revelações da trama. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=nLtjGN2KMyA] Acredito que a essa altura praticamente todos que queriam se manifestar sobre Gravidade já o fizeram. Em geral a crítica tece elogios rasgados ao filme. Com uma ansiedade que eu não tive desde Anna Karenina, fui assisti-lo na primeira noite de exibição e não me decepcionei. Saí de lá falando pra todos “eu já sabia!”. Porque eu já sabia! Acho que foi mais ou menos por 1997 que eu eu vi A Princesinha pela primeira vez e gravei aquele nome em letras douradas que aparecia nos créditos de abertura e

Como Era Verde o Meu Vale (How Green Was My Valley/1941)

Assistido em 06/10/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=PPIfAImei4g] Esse pobre filme é injustamente odiado por ter ganhado o Oscar de melhor filme no em que Cidadão Kane concorreu. Obviamente que o segundo tem importância muito maior hoje em dia, mas isso não torna o primeiro um filme ruim. Além do que, quantas outras injustiças aconteceram nessa premiação? Crepúsculo dos Deuses perdeu para A Malvada, apenas para citar um exemplo, mas pode-se dizer que foi injusto ou que esse último é um filme ruim? Tratam-se de obras diferentes. Como Era Verde Meu Vale é dirigido por John Ford, e, assim como Vinhas da Ira, do

No (2012)

Assistido em 29/09/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=YKAejKU95VA] No é um filme chileno impressionante. Você começa a assisti-lo e não vê os minutos passarem. Trata-se de uma história baseada em fatos reais, que antecede a redemocratização do Chile. Devido a pressões internacionais, em 1988 convocou-se um plebiscito par que a população decidisse se queria o ditador Pinochet por mais oito anos no poder. Durante vinte e sete dias a campanha do Sim e do Não teriam quinze minutos diários na televisão para passarem seus programas. Inicialmente a população não estava certa de que teria liberdade para votar sem sofrer retaliações. Os responsáveis pela campanha

Behind the Candelabra (2013)

Assistido em 25/09/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=bDpkp9Q066k] Esse filme serviu para o diretor Steven Soderbergh se redimir do péssimo trabalho anterior, Terapia de Risco e ao mesmo tempo rir da cara dos estúdios. Biografia do espalhafatoso pianista Liberace, Soderbergh ofereceu-o a diversos estúdios, que recusaram-no.  Acabou sendo produzido diretamente para TV pelo canal HBO e mostrou-se um sucesso absoluto, com direito a muitos prêmios e 95% de aprovação no Rotten Tomatos. A história é baseada no livro homônimo de Scott Thorson, namorado de Liberace por cinco anos e que no filme é interpretado por Matt Damon. Thorson era um rapaz órfão que vivia

Jobs (2013)

Assistido em 16/09/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=pT2Rp7c9Qok] Após sua morte, em 2011, Steve Jobs se consolidou como verdadeiro objeto de culto. Não por acaso essa cinebiografia foi feita tão rapidamente, aproveitando-se do momento para ganhar mais com bilheterias. (Lembrando que há ainda outro filme sobre Jobs em produção). Acontece que a pressa pode ter prejudicado o resultado final. O filme conta com uma direção desleixada Joshua Michael Stern que, juntamente com o roteiro que peca pela falta de conexões entre os momentos da vida de Jobs apresentados, resulta em uma pincelada superficial na história do empresário. Outra falha grave do roteiro são os

Elysium (2013)

Assistido em 28/09/2013 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=GD-JIVcczvA] Um dos grandes vilões do cinéfilo é a expectativa. O sul-africano Neil Bloomkamp nos apresentou, em 2009, Distrito 9, uma pungente crítica ao apartheid e à desigualdade social travestida de ficção científica com alienígenas. O filme, que foi muitíssimo bem recebido tanto por público quanto por crítica, gerou grande expectativa para o que viria a ser seu primeiro trabalho de direção em Hollywood. E aí chegamos a Elysium, um filme que não é ruim, mas em uma temporada repleta de ficções científicas não consegue sequer se destacar no mar de mesmice. Na história, a Terra do século