Estante da Sala

Os 30 Melhores Filmes de 2014 que não são de 2014

Nessa época todos estão preparando suas listas de melhores do ano e como ainda estou descobrindo pérolas e cavocando coisas que ainda não assisti, elaborei a lista das melhores descobertas, ou seja, filmes assistidos pela primeira vez este ano e que não são de 2014. O ano ainda não acabou e até agora foram 284 filmes assistidos, o que tornou a tarefa extremamente difícil. Consegui selecionar trinta dos melhores filmes que vi e muitos incríveis ficaram de fora. No caso de diretores em que mais de um filme entraria na lista ou foi bem avaliado, optei por manter só um e abrir

The Babadook (2014)

O filme de terror australiano The Babadook, apesar de ainda não ter chegado oficialmente no Brasil (e não ter data para isso acontecer), tem gerado burburinho nas redes sociais. Nos últimos anos temos percebido um grande número de trabalhos criativos e bem realizados no gênero, que permitem que diretores menos experientes e com menos verba explorem a criação de clima e a produção de imagens interessantes. Experimentar com os medos humanos pode ser tarefa ingrata. As pessoas costumam ter medos primordiais do desconhecido: do escuro, da morte ou do que pode haver depois dela. Mas lidar com esses medos pode gerar

Garota Exemplar (Gone Girl, 2014)

David Fincher conseguiu novamente: com Garota Exemplar o diretor criou um filme fantástico. Passada uma semana de quando o assisti, ainda não consigo parar de pensar nele e em tudo que ele deixa marcado. Roteirizado por Gillian Flynn, também autora do livro em que é baseado, seu começo causa certo estranhamento: Nick (Ben Affleck) e Amy (Rosamund Pike) se conhecem em uma festa, entabulando um diálogo espirituoso digno de uma comédia romântica das mais clichês. Mas é claro que algo mais se esconde sob essa aparência: em breve descobrimos que a trama é relatada através do ponto de vista e do

O Silêncio dos Inocentes em Closes

Impressiona a maneira como o diretor Jonatham Demmes, juntamente com o diretor de fotografia Tak Fujimoto, inseriu close ups ao longo de toda a narrativa de O Silêncio dos Inocentes (1991), ao mesmo tempo explorando as emoções dos personagens e aumentando a sensação de tensão, pela exclusão do entorno. Quase sempre os personagens olham diretamente para a câmera (e consequentemente para o espectador), de maneira a intensificar a transmição das emoções sentidas em cena.  Fiz uma compilação de alguns momentos em que a técnica é utilizada, mas esses não foram os únicos. Muitos personagens secundários também aparecem em close. Além disso

Figurino: Segredos de Sangue – Uso de cores e imagético poderoso

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 13/03/2014. Às vezes você precisa fazer algo ruim para se impedir de fazer algo pior. O título original de Segredos de Sangue, de 2013,  é Stoker. Tal nome é uma clara referência a Bram Stoker, autor do clássico Drácula, e entrega uma pista: embora eles não se façam presentes, pode-se dizer que é uma história clássica de vampiros, retratando a solidão, a incompreensão da própria natureza e fazendo relação entre sedução e perigo. Em seu primeiro filme de língua inglesa, o diretor Chan-wook Park constrói um imagético poderoso, com uso característico de cores

Figurino: Cisne Negro – Obsessão e Delírio

Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 06/11/2013. Aviso: este texto contém revelações de detalhes da trama do filme. Darren Aronofsky, o diretor de Cisne Negro, é um obcecado pela obsessão. Ela se faz presente em cada um de seus trabalhos, com maior ou menor destaque. Aqui, auxiliado pela figurinista Amy Westcott, ele constrói o mundo de Nina, completamente entregue à dança. Westcott trabalhou com uma paleta de cores restrita, usando o rosa, o cinza e o preto para contar a história da personagem principal e de sua obsessão, realçando as etapas de sua jornada e sua evolução,

Killer Joe – Matador de Aluguel (Killer Joe/ 2011)

Assistido em 27/12/2013. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=Smy4AvMqaQA] Killer Joe foi um dos filmes que vi ser constantemente elogiados por pessoas ao meu redor nos últimos tempos e, sinceramente, ao terminar de assisti-lo eu não consegui entender o porquê, em virtude de sua atmosfera suja, sua desolação e sua brutalidade. Como o título já indica, trata-se de uma trama envolvendo um matador de aluguel chamado Killer Joe Cooper (Matthew McConaughey), que é contratado por Ansel (Thomas Haden Church) para matar sua ex-esposa. A ideia partiu de Chris (Emile Hirsch), filho de ambos, que ficou sabendo de um seguro que sua mãe teria em nome de