Boa Noite, Mamãe chega ao Brasil acompanhado de muita repercussão em sua trajetória em festivais no exterior. O suspense austríaco é roteirizado e dirigido pela dupla Severin Fiala e Veronika Franz e trata de dois irmão gêmeos Lukas e Elias (vividos pelos ótimos Lukas e Elias Schwarz) que se sentem desconfiados da própria Mãe (Susanne Wuest) quando esta retorna para casa após uma cirurgia. O seu comportamento causa estranhamento e ele desconfiam que ela pode não ser quem parece. A primeira metade do filme trabalha fortemente a construção de atmosfera e o suspense psicológico. Os elementos visuais chamam a atenção:
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A Bruxa (The Witch: A New-England Folktale, 2015)
https://www.youtube.com/watch?v=PoMYYUHn46E A Bruxa é o primeiro longa escrito e dirigido por Robert Eggers. Antes desse filme, o cineasta havia trabalhado em curtas próprios e como diretor de arte, designer de produção e figurinista em outras obras. Essa experiência transparece no cuidado dado à construção de mundo em A Bruxa. Cenografia e figurino críveis nos transportam diretamente para o modo de viver dos colonos da Nova Inglaterra no começo do século XVII. De fato, realmente se trata de um conto popular, conforme o título original, pautado em crenças de então. Vendido como história de terror, o filme pode não satisfazer as expectativas de quem o
Figurino: A Colina Escarlate
Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme. Fantasmas são reais, isso eu sei. Eu os vi toda a minha vida … Em cartaz nos cinemas, A Colina Escarlate é um romance gótico que se disfarça de história de terror. A protagonista, uma escritora chamada Edith Cushing (Mia Wasikowska), fala sobre suas obras algo que também se estende ao filme: são histórias com fantasmas, não histórias de fantasmas, pois eles representam o passado. O diretor Guillermo del Toro confeccionou a trama entremeada de elementos visualmente marcantes. A figurinista é Kate Hawley, que já havia trabalhado com ele em seu filme anterior,
Corrente do Mal (It Follows, 2014)
https://www.youtube.com/watch?v=bsVU-P5jZCU Corrente do Mal parte de uma premissa bastante simples e eficiente: uma pessoa pode passar para outra uma espécie de maldição, através de uma relação sexual. A maldição consiste um uma coisa (it) que assume a forma humana e persegue sua vítima até mata-la, tornando o transmissor sua vítima seguinte e assim por diante. A morte transmitida como uma DST funciona como uma ironia em relação aos filmes slasher tradicionais, em que o sexo e sua expressão sempre são punidos. Mas, mais que isso, implica em uma questão moral extra para os personagens perseguidos: passar ou não passar a maldição
Os Primeiros Longas de von Trier
Dando continuidade à análise da filmografia do diretor Lars von Trier, do qual já escrevi sobre os primeiros curtas de sua carreira, chego agora aos primeiros longas que produziu. Pode-se dizer que Befrielsesbilleder (1982) é uma obra de transição e por isso também foi citado no texto anterior. Encaixa-se na proposta de seus curtas, mas já se relaciona estética e tematicamente com os filmes seguintes. Pode-se dizer que o começo de sua filmografia será marcada pelo monocromatismo, já aqui presente. O filme é dividido em três fases: vermelho, amarelo e verde. A história, sobre a Europa na II Guerra Mundial, indica o tema
The Babadook (2014)
O filme de terror australiano The Babadook, apesar de ainda não ter chegado oficialmente no Brasil (e não ter data para isso acontecer), tem gerado burburinho nas redes sociais. Nos últimos anos temos percebido um grande número de trabalhos criativos e bem realizados no gênero, que permitem que diretores menos experientes e com menos verba explorem a criação de clima e a produção de imagens interessantes. Experimentar com os medos humanos pode ser tarefa ingrata. As pessoas costumam ter medos primordiais do desconhecido: do escuro, da morte ou do que pode haver depois dela. Mas lidar com esses medos pode gerar
Figurino: Drácula- orientalismo, uso de cores e sexualidade
Texto originalmente publicado na coluna Vestindo o Filme em 30/07/2014. I have crossed oceans of time to find you. Como figurinos atendem a demandas específicas para a composição dos personagens, demandas estas que se encaixam na visão geral que o diretor tem sobre a obra, raramente um figurinista consegue ser autoral. Eiko Ishioka é uma profissional a quem se pode aplicar esse rótulo: com pouquíssimos filmes em sua filmografia, suas peças são facilmente identificáveis. É nítida sua preferência por cores sólidas, as suas referências, como o barroco e o vestuário tradicional japonês e as formas esculturais bem como o cuidado