Assistido em 31/05/2013
Sinfonia de Paris é um filme musical dos bons. Dirigido por Vincente Minnelli e estrelado por Gene Kelly, não tinha como sair errado. Kelly interpreta Jerry Mulligan, um pintor que é o americano em Paris do título original. Ele convive com dois amigos: Adam Cook, um pianista que mora em seu prédio e Henri Baurel, um cantor francês de sucesso. Já percebemos a beleza da composição das cenas quando, no início do filme, Henri relata a Adam que está apaixonado por uma moça e a cada característica dela que ele cita, um número de dança diferente, com cenários monocromáticos é apresentado. A tal moça, Lise Bouvier, posteriormente torna-se interesse amoroso de Jerry, que não sabe que ela é a noiva de seu amigo. Além disso, Jerry também aceita o mecenato de uma mulher rica que parece interessada em mais do que apenas suas pinturas.
A verdade é que depois de ver o filme, parando para analisar a história toda, Jerry é um homem bastante desagradável com as mulheres. Mas dentro do contexto das cenas musicais e com Gene Kelly dançando como dança, isso acaba perdendo a importância. No ato final do filme há uma sequência de 17 minutos de dança, sem falas. O conjunto é um pouco cansativo, mas é interessante como a ação progride através de cenários estilizados de Paris usando a estética de pintores famosos que por lá passaram. Em termos de direção de arte tudo é realmente impecável. No Oscar de 1952 o filme recebeu os prêmios de melhor filme, melhor trilha sonora, melhor direção de arte, melhor figurino, melhor fotografia e melhor roteiro. O pobre do Vincent Minelli não levou melhor diretor. Não sei se chega a ser para tanto, porque embora bem executado e com um clima extremamente otimista o filme ainda é inferior ao que Gene Kelly faria no ano seguinte, Cantando na Chuva (igualmente é a química com os demais protagonistas, especialmente a feminina) . Mas ainda assim não há como negar o seu charme.