https://www.youtube.com/watch?v=mJde8HWcnSU
A Netflix continua minerando os dados de seus usuários e, de alguma forma, chegou conclusão que as pessoas que se interessam por filmes da Sofia Coppola e Bill Murray (posssivelmente Encontros e Desencontros?) também gostam de especiais de Natal. É isso mesmo? Bom, de qualquer forma o serviço de streaming produziu A Very Murray Christmas, um musical de temática natalina dirigido por Coppola e estrelado por Murray. O ator interpreta uma versão dele mesmo, rabugento e antissocial, que faria um show especial, mas vê sua platéia vazia graças a uma enorme tempestade de neve em Nova York. Isolado no hotel em que o espetáculo ocorreria juntamente com alguns hóspedes e funcionários, ele resolve reunir todos no salão para que possam banquetear com as comidas de um casamento que foi cancelado.
O que se segue é um constrangedor karaokê de pessoas famosas. O elenco impressiona: Chris Rock, Amy Poehler, Maya Rudolph, Rashida Jones, Michael Cera, George Clooney, Jason Schwartzman, entre outros, intercalam gags sem timing cômico com canções de Natal.
Com o desenrolar do filme a dinâmica entre os convidados parece assentar um pouco melhor, até chegar em uma sequência de sonho em que Murray faz um dueto com Miley Cyrus. As músicas escolhidas são Sleigh Ride, Noite Feliz e Let it Snow e o resultado é o melhor número dentre os apresentados. Mas logo em seguida vem a embaroçosa Santa Claus Wants Some Lovin, com George Clooney e tudo volta ao desconforto anterior.
É possível que muitas pessoas apreciem músicas natalinas. Elas costumam carregar uma certa melancolia que casa com o ar nostálgico vinculado ao final de ano. Especiais de Natal recheados de celebridades tentando conferir um ar de carinho e união às Festas são tradicionais. Tentar fazer graça com esse tipo de programa e de canção pode ser bastante difícil e A Very Murray Christmas falha ao tentar satiriza-los sem alcançar a notas certas de humor, tornando-se, por fim, quase tão enfadonho quanto o material original.