Assistido em: 14/01/2012
Deixei passar dois dias antes de escrever sobre esse filme e ainda não sei o que dizer. Estou com ele no meu pensamento desde então. Quando terminei eu falei “não entendi, mas gostei”. Sigo com essa impressão e ao procurar por críticas dele, parece que esse é o espírito da coisa toda. Depois de alguma digestão acho que não apenas “gostei”, mas ameio-o. Por nada e pelo todo. Intrigante e belo, é mais um dos filmes recentes que fazem homenagem (ou não) ao próprio cinema. O próprio diretor, Leos Carax, aparece na cena inicial em quarto de hotel, abrindo uma porta na parede e adentrando em uma sala de cinema. Mas o protagonista da história é Oscar, interpretado por Denis Lavant, que começa o dia entrando em uma limusine e sendo avisado que terá nove encontros para aquele dia. Recebe uma pasta com as informações. Mas não são negócios. Oscar sai da limusine sucessivas vezes, como uma velhinha pedinte, como um assassino, com o corpo coberto de bolinhas para motion capture, como um leprechaun, um assassino, um velho à beira da morte e por aí vai. Cada cena é um novo filme para em seguida Oscar entrar novamente e se maquiar para a próxima atuação. Ao longo da jornada, que tem Paris como plano de fundo, ele vai ficando mais desgastado e melancólico, e o desfecho contém vários pensamentos sobre o fazer cinema nos dias atuais. Existe também várias referências à outro filmes. Lavant, que era um ator que eu desconhecia, mostra-se fantástico, incorporando onze personagens diferentes e sempre com emoção latente. As participações de Eva Mendes e Kylie Minogue são surpreendentemente boas. Não dá para falar do filme sem contar demais as cenas, mas basta dizer que o conjunto todo delas me deixou com a sensação de ter visto algo maravilhoso, de ter presenciado Arte, de ter visto um filme que será citado daqui há décadas. Resta saber se me enganei.
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