Assistido em 27/12/2013.
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Killer Joe foi um dos filmes que vi ser constantemente elogiados por pessoas ao meu redor nos últimos tempos e, sinceramente, ao terminar de assisti-lo eu não consegui entender o porquê, em virtude de sua atmosfera suja, sua desolação e sua brutalidade.
Como o título já indica, trata-se de uma trama envolvendo um matador de aluguel chamado Killer Joe Cooper (Matthew McConaughey), que é contratado por Ansel (Thomas Haden Church) para matar sua ex-esposa. A ideia partiu de Chris (Emile Hirsch), filho de ambos, que ficou sabendo de um seguro que sua mãe teria em nome de sua irmã Dottie (Juno Temple). O plano consistia em utilizar o dinheiro para pagar Joe e depois reparti-lo entre os três, além da madrasta Sharla (Gina Gershon).
O roteiro tenta criar situações de humor negro, mas o clima da trama é tão pesado que falha miseravelmente. Além disso, a história toda parece ter saído da mente de um sádico pervertido. Explico-me: além de explorar momentos de violência com detalhes (coisa que muitos filmes fazem), ainda há uma erotização exacerbada de modo perturbador. A personagem de Dottie, por exemplo, nos é apresentada como uma garota menor de idade que não parece ter plenos domínios de suas faculdades mentais (embora nada nesse sentido seja explicado) e afirma ser virgem. Anda pela casa com roupas curtas ou transparentes, enquadrada de uma forma que coloca o espectador como voyeur, de maneira desconfortável. Quando Ansel não tem dinheiro para pagar Joe, entrega sua filha como pagamento, por tempo indeterminado. Novamente somos colocados em posição de voyeur, enquanto Joe janta com a garota e a observa. A câmera não critica nada. Devemos ver e desejar como Joe. No terceiro ato, embora os erros dos homens sejam punidos, o peso maior recai sobre Sharla, cuja pena novamente é uma mistura perversa de sexo com violência. Confesso que sequer consegui permanecer de olhos abertos o tempo inteiro, tamanha a humilhação e o grau de crueldade retratados. Tudo é agressividade desmedida e o restante não parece contrabalançar esse elemento suficientemente.
Matthew McConaughey realmente está atuando muito bem no filme. Também é admirável que William Friedkin ainda esteja dirigindo e o seu trabalho é bem feito. Mas pouco mais do que isso há de admirável na película.
Concordo integralmente Isabel, achei de uma agressividade desmedida, fiquei extremamente desconfortável durante todo o filme e na “cena do frango” virei o rosto para não ver. Também não entendo todos os elogios feitos ao filme. Abs.
Obrigada, Ana! Achei que só iriam discordar de mim, por ter sido um filme tão elogiado! 🙂