Eu estou até com um pouco de vergonha de pensar nessa lista, porque não sei se li muitas coisas interessantes esse ano. Foram muitas leituras, mesmo, mas a maioria de artigos e capítulos isolados. Quadrinhos, mesmo, não li nada. Acho que foi a primeira vez em anos que não li nenhum livro do Calvin e Haroldo! Vamos aos destaques:
Ficção
Hibisco Roxo- Chimamanda Ngozi Adichie
Depois que entrei na fase da Chimamanda, não saí mais. Esse deve ser o melhor livro dela que eu li até agora, na minha opinião. Pesado, ele trata de ralações familiares, tradição e religião por meio da adolescente Kimbili, que se esconde em sua própria timidez para lidar principalmente com o pai, que encarna os elementos citados. Esse foi o primeiro romance da Chimamanda e já mostra todo seu talento. Aproveito para recomendar também o livreto Para Educar Crianças Feministas, que também li esse ano e é curtinho e muito bom. Gostei mais dele do que do Sejamos Todos Feministas.
Garota Exemplar- Gillian Flynn
No mínimo controverso. Amy Dunne é uma protagonista inteligente, ardilosa, vingativa, focada. Alguns podem entendê-la como uma vilã, mas para mim é uma anti-heroína se debatendo nos meandros das mentiras que criam o amor romântico e o casamento enquanto instituição. Já era apaixonada pelo filme de mesmo nome, dirigido por David Fincher, e agora o livro, com seu tom sardônico, me pegou de jeito.
O Conto da Aia- Margaret Atwood
Esse foi o ano de Margaret Atwood na cultura popular. Depois de assistir aos seriados Alias Grace e o próprio O Conto da Aia, decidi que estava na hora de começar a ler seus livros e comecei pelo segundo. Não me arrependi, porque realmente é uma obra fantástica. Criando um país dominado por um regime teocrático em que os direitos, principalmente reprodutivos, das mulheres são sequestrados para o benefício da nação, o livro é um distopia que incomoda por ser perto demais daquilo que nós já vemos ao nosso redor.
Não-Ficção
Diante da Dor dos Outros- Susan Sontag
Cheguei atrasada no bonde e esse é o primeiro livro da Susan Sontag que eu leio. Valeu muito a pena: ela trabalha com clareza suas noções sobre imagens de violência e sua capacidade de nos afetar.
A Câmara Clara- Roland Barthes
Merece ser lido em duplinha com o livro da Sontag, já que Barthes responde, rebate e critica alguns pontos importantes do livro dela. Dessa vez o autor aborda a fotografia, a memória e, também, o afeto.
Quadrinhos
Orange- Ichigo Takano
Vou falar a verdade: esse não é um mangá maravilhoso. É porque eu realmente não li ótimos quadrinhos durante o ano e esse foi o melhor deles. São cinco livrinhos rápidos de ler que contam a história de um grupo de amigos que recebem um carta deles mesmos no futuro com instruções para impedir a morte de um deles. É uma história sensível e que engaja quem lê.
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