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Baseado em uma novela de Dorothy Scarborough e dirigido pelo sueco Victor Sjöström, Vento e Areia conta a história de Letty (Lillian Gish) uma jovem que se muda para uma região afastada e inóspita, para morar com o primo. Devido a problemas com a esposa deste, aceita casar-se com um pretendente local, Lige (Lars Hanson), cuja casa fica a quilômetros de qualquer vizinho. A região, assolada por ventos ininterruptos, parece espelhar a angústia interna da personagem, que se vê só com um desconhecido, em uma situação de vulnerabilidade.
O filme impressiona com a forma como compõe uma atmosfera de tensão em um crescendo que se torna insuportável. O diretor faz uso de closes em objetos específicos e nos pés dos personagens, em determinados momentos, de forma muito significativa. É possível sentir o desespero causado pelo vento que nunca para de soprar e a angústia interna da protagonista, levada à loucura por ele. A agonia mental e física causada pelos uivos e das paredes batendo é quase palpável, apesar de se tratar de um filme mudo. A areia que se acumula nos cantos e se infiltra até mesmo na comida, a casa que nunca fica limpa, a dificuldade de cavar no terreno e depois de manter o que se quer enterrado: tudo é mostrado com maestria. É um filme dramático e bonito e Lillian Gish, que já é uma atriz admirável, brilha praticamente sozinha em cena.
Obs: Antes de o filme começar, a própria Lillian Gish conta, em depoimento que o final se trata de uma imposição do estúdio. Dessa forma, abstraí desse detalhe para minha avaliação.
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