Nessa época todos estão preparando suas listas de melhores do ano e como ainda estou descobrindo pérolas e cavocando coisas que ainda não assisti, elaborei a lista das melhores descobertas, ou seja, filmes assistidos pela primeira vez este ano e que não são de 2014. O ano ainda não acabou e até agora foram 284 filmes assistidos, o que tornou a tarefa extremamente difícil. Consegui selecionar trinta dos melhores filmes que vi e muitos incríveis ficaram de fora. No caso de diretores em que mais de um filme entraria na lista ou foi bem avaliado, optei por manter só um e abrir espaço para outros. Os demais filmes desses diretores serão listados junto ao filme escolhido. Não vou colocar eles em um ranking: a ordem é cronológica, pela data de lançamento. Desta vez optei por manter a nota que dei, de zero a cinco estrelas, na data em que assisti. Essa avaliação é subjetiva e segue critérios comparativos pessoais, o que significa que por vezes posso ter gostado mais de um filme com quatro estrelas do que um com cinco, por exemplo. No ano passado eu havia escrito sobre cada um dos filmes assistidos e esse ano fiquei devendo, mas caso haja algum post com comentário ou análise do filme, o link está no título do mesmo. (Para ler a lista de 2013 clique aqui). Para ver a versão dessa lista no Letterboxd, acesse aqui. Segue a lista:
Bancando o Águia (Sherlock Jr., 1924)
Direção: Buster Keaton
★★★★★
Divertido, bem realizado e com efeitos práticos muito bons.
M, O Vampiro de Düsseldorf (M, 1931)
Direção: Fritz Lang
★★★★★
Suspense bem construído sobre a natureza pouco bondosa do ser humano.
Outros filmes: Os Corruptos (The Big Heat, 1953) ★★★★
A Loja da Esquina (The Shop Around The Corner, 1940)
Direção: Ernst Lubitsch
★★★★
Filme adorável, que se favorece do carisma de seus protagonistas. Teve uma refilmagem com Tom Hanks e Meg Ryan, Mensagem Para Você, mas é muito melhor, claro.
Amar Foi Minha Ruína (Leave Her to Heaven, 1945)
Direção: John M. Stahl
★★★★
Tenso.
Desencanto (Brief Encounter, 1945)
Direção: David Lean
★★★★1/2
Uma bela construção do relacionamento efêmero sob o ponto de vista de uma dona de casa descontente com sua vida.
Nasce uma Estrela (A Star is Born, 1954)
Direção: George Cuckor
★★★★1/2
Faz o estilo do que Hollywood produz de mais escapista, mas Judy Garland brilha.
Outros filmes: A Costela de Adão (Adam’s Rib, 1949) ★★★★
A Palavra (Ordet, 1955)
Direção: Carl Theodor Dreyer
★★★★
Intenso e esteticamente impecável.
Outros filmes: A Paixão de Joana d’Arc (La passion de Jeanne d’Arc, 1928) ★★★★
A Marca da Maldade (Touch of Evil, 1958)
Direção: Orson Welles
★★★★★
Já seria digno de entrar na lista apenas pelo plano-sequência inicial, mas o restante do filme compensa à altura.
A Balada de Narayama (The Ballad of Narayama, 1958)
Direção: Keisuke Kinoshita
★★★★
Assistir a esse filme é uma experiência interessante de desprendimento cultural, uma vez que ele parece um kabuki, mas funciona porque tudo é muito bonito e repleto de emoção.
Charada (Charade, 1963)
Direção: Stanley Donen
★★★★★
O melhor filme do Hitchcock que Hitchcock jamais dirigiu.
Quem tem medo de Virgínia Woolf (Who’s Afraid of Virginia Woolf?, 1966)
Direção: Mike Nichols
★★★★★
Fica claro que é uma adaptação de peça de teatro, mas os diálogos são intensos e as interpretações fenomenais.
Outros filmes: A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967) ★★★★1/2
Bonnie e Clyde- Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde, 1967)
Direção: Arthur Penn
★★★★1/2
Tem um leve humor ao retratar uma história de amor e crime que está fadada ao fracasso.
Perdidos na Noite (Midnight Cowboy, 1969)
Direção: John Schlesinger
★★★★1/2
Um otimismo torto em meio à falta de perspectiva.
Sem Destino (Easy Rider, 1969)
Direção: Dennis Hopper
★★★★1/2
A coisa mais linda desse filme é pensar em como ele já retrata a geração da época de forma crítica, mostrando que não há saída para o tipo de mudança de sociedade que eles propunham. Lindo e triste.
Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969)
Direção: George Roy Hill
★★★★1/2
Bromance, western, humor e luta contra o establishment: como não amar?
Aguirre: a Cólera dos Deuses (The Wrath of God, 1972)
Direção: Werner Herzog
★★★★1/2
Uma experiência visual de megalomania.
Outros filmes: Fitzcarraldo (1982) ★★★★
Direção: Francis Ford Coppola
★★★★★
Não sei nem o que falar sobre esse filme, mas Marlon Brando é deus.
Outros filmes: A Conversação (The Conversation, 1974) ★★★★1/2
Fanny e Alexander (Fanny och Alexander, 1982)
Direção: Ingmar Bergman
★★★★★
Uma narrativa bonita, cheia de detalhes e com toques auto-biográficos.
Outros filmes: Sorrisos de Uma Noite de Amor (Sommarnattens leende, 1955) ★★★★
Amadeus (1984)
Direção: Milos Forman
★★★★★
Produção caprichada, recheada de personagens muito humanos, de egos em luta, da busca pela arte e de figurinos impecáveis.
Outros filmes: Valmont (1989) ★★★★
Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990)
Direção: Martin Scorsese
★★★★★
Não sei nem o que escrever. Coisa linda.
Outros filmes: Touro Indomável (Raging Bull, 1980) ★★★★★
Cassino (Casino, 1995) ★★★★★
O Rei da Comédia (The King of Comedy, 1982) ★★★★
O Aviador (The Aviator, 2004) ★★★★
Barton Fink – Delírios de Hollywood (Barton Fink, 1991)
Direção: Joel e Ethan Coen
★★★★★
A obsessão e angústia da dificuldade de criar, enquanto artista, em um retrato pungente e meio desesperador.
Outros filmes: Gosto de Sangue (Blood Simple, 1984) ★★★★1/2
O Homem Que Não Estava Lá (The Man Who Wasn’t There, 2001) ★★★★1/2
Orlando
Direção: Sally Potter
★★★★1/2
Baseado no romance de Virginia Woolf, trata com leveza da história de Orlando, o jovem aristocrata que vira mulher ao longo das décadas e séculos, desconstruindo expectativas de gênero.
Ed Wood (1994)
Direção: Tim Burton
★★★★
Uma declaração de amor ao cinema, ainda que ao mais tosco possível.
Boogie Nights: Prazer Sem Limites (Boogie Nights, 1997)
Direção: Paul Thomas Anderson
★★★★1/2
Produção impecável e grandes atuações em um drama com pitadas de humor que no mínimo é memorável.
Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000)
Direção: Lars von Trier
★★★★
Von Trier torturando sua protagonista, como sempre, e criando um musical irônico, nada escapista, cheio de beleza e de uma tristeza imensa.
Outros filmes: Ondas do Destino (Breaking the Waves, 1996) ★★★★
Hedwig – Rock, Amor e Traição (Hedwig and the andry inch, 2001)
Direção: John Cameron Mitchell
★★★★★
Hedwig é uma personagem tão humana que é impossível não se apaixonar por ela e sua busca por amor é repleta de músicas que ficam martelando na cabeça muito tempo depois de o filme terminar.
Brothers (Brødre, 2004)
Direção: Susanne Bier
★★★★
Não dá pra negar que Susanne Bier pesa a mão no drama, mas sua direção é feita com a mesma mão firme.
Outros filmes: Em um Mundo Melhor (Hævnen, 2010) ★★★★
Caché (2005)
Direção: Michael Haneke
★★★★★
Explicações não combinam com esse filme: ele é uma experiência cheia de suspense, mas que não se limita a ele. Posso dizer que são sobre pessoas, sobre vigilância, sobre colonialismo, mas isoladamente nenhum desses itens abarcam o que é ver o conjunto.
Sinédoque, Nova York (Synecdoche, New York, 2008)
Direção: Charlie Kaufman
★★★★★
Sempre gostei de Kaufman como roteirista e ele está mais Kaufman do que nunca nessa megalomania em forma de criação metalinguisticamente (?) megalomaníaca.
Anjos da Lei (21 Jump Street, 2012)
Direção: Phil Lord e Christopher Miller
★★★★
A lista é minha e coloco o que eu quiser. 😛 Mas esse filme realmente me surpreendeu e me fez rir muito. Atuações boas e carisma da dupla de protagonistas ajuda.
3 thoughts on “Os 30 Melhores Filmes de 2014 que não são de 2014”